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Bere’shit, בראשית
Aspectos da 1ª
O texto desta Parashá é:
Bere’shit, בראשית - (Gênesis 1:1 - 6:8) >> No inicio

O texto da Haftará é:
-
A haftará que acompanha esta porção é:
- para os Ashkenazi: Isaías 42:5–43:10
- para os Sefaradi, e Chabad Lubavitch: Isaías 42:5–21
- para os Judeus do Iêmen: Isaías 42:1–16
- para os Italkim: Isaías 42:1–21
- para os Caraítas: Isaías 65:7–66:13
- para os Monoteístas judeus Isaías 42:1-21
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Salmo 139
Bereshit (בראשית)
Bereshit (do hebraico בראשית, Bereshít, "no início", "no princípio", primeira palavra do texto) é o nome da primeira parte da Torá. Bereshit é chamado comumente de Gênesis pela tradição ocidental e trata-se praticamente do mesmo livro apesar de algumas diferenças, principalmente no que lida com interpretações religiosas com outras religiões que aceitam o livro de Gênesis. Este artigo pretende mostrar as origens do livro e suas implicações dentro principalmente do judaísmo.
O termo Bereshit (No princípio) trata-se da primeira palavra do livro, e é o costume judaico dividir seus livros e citar como nome do capítulo o nome de sua primeira palavra. O livro foi chamado na Septuaginta e por Filo de Alexandria de Γένεσις (κόσμου) = "origem" (do mundo), e o termo Gênesis é uma criação posterior usual entre os não judeus.
Origens do texto
Do ponto de vista judaico, a tradição passada ao largo de milhares de anos ensina que o texto foi entregue por D-us a Moshê no Monte Sinai durante a revelação ao povo hebreu, dias após a saída do Egito, o Êxodo.1 Esta visão é conhecida como Criticismo Inferior.2
Os estudiosos da Alta crítica geralmente atribuem a autoria a um período posterior, provavelmente no retorno do Exílio Babilônico onde teria havido uma fusão de diversas lendas mitológicas dos povos do Levante com a cultura judaica. Muitos elementos mitológicos presentes no texto serão base para textos posteriores que seriam considerados apócrifos como o Livro de Enoque. Como exemplo deste caso temos a polêmica sobre os Nefilim.
Os estudiosos do Alta crítica creem que a Torá e subsequentemente Bereshit é resultado de diversas tradições que evoluiram em conjunto através da história do antigo povo de Israel. Neste ponto de vista seria confirmado pelas duplicidades nas diversas histórias narradas:
- Duas criações do mundo;
- Duas alianças de D-us com Avraham;
- Duas histórias do nome de Yitzhak;
- Duas histórias do nome de Ya'acov;
- Além das porções que utilizam o nome Elohim (tradição Eloísta) e que parecem desconhecer totalmente o nome de YHWH (tradição Yavista) como no caso da criação do mundo.3
Bereshit tem como princípio descrever as origens deste mundo e da linhagem humana até o pacto do Criador com o povo de Israel, descrevendo principalmente a vida dos Patriarcas bíblicos. Também apresenta as origens dos principais mandamentos da vida judaica como a brit milá, o shabat e mandamentos para toda a humanidade como as Leis de Noé.
O texto é comumente dividido em doze parashot (porções) cuja divisão servem para a leitura semanal do texto nas sinagogas acompanhadas das haftarot. As doze porções, simbolizam as Tribos de Israel. Assim a narrativa de Bereshit está divida em:
A parashá Bereshit ("No início", "no princípio") é a primeira porção da Torá e busca narrar a criação do mundo por D-us, assim como a origem de todas as coisas—dos animais, do primeiro homem (Adam ou Adão - cujo nome provêm deadama, "terra avermelhada") e sua mulher, assim como de sua descendência através de dez gerações. Mostra a corrupção do gênero humano (incluindo o primeiro assassinato) e o subseqüente castigo de D-us através do Dilúvio, do qual somente se salvaria Noach (Noé) e sua família.
Esta porção apresenta a origem do shabat (que seria o dia de descanso de D-us após a criação) e apresenta—de acordo com Maimônides -- o primeiro mandamento positivo: "Crescei e frutificai".

Pirquê Avot
(Ética dos Pais)
A. 1. Moisés Recebeu a Lei Divina(a Torah) no Sinai, transmitiu-a josué, este aos velhos, este aos profetas, e este a comunidade da grande Sinagoga, que proclamou tês grandes princípios: sêde circuspectos mos vossos julgamentos, formai muitos discípulo, Levantai barreiras em torno da Lei Divina.
Três grandes princípios:
*Sêde circuspectos nos vossos julgamentos,
*Formai muitos discípulo,
*Levantai barreiras em torno da Lei Divina.

O alfabeto (Alef-Beit) hebreu contem profundos segredos da Criação. O clássico cabalista Sefer Yetzirah (Livro da Formação) ensina que a consciência criativa existe em três estados (espaço, tempo e alma), que são refletidos na forma, nome e equivalente numérico de cada letra. A Cabala contém os códigos e sistemas que aplicados às Sagradas Escrituras nos permitem perceber o significado intrínseco dos ensinamentos, em quatro níveis fundamentais:
1) simples ou literal
2) simbólico
3) filosófico e moral
4) esotérico e secreto
As letras do Alfabeto Hebraico, 22 letras, associadas de várias formas, indicam as várias manifestações de DEUS – J H V H . A cabala decifrou o significado espiritual das três frases que aparecem no Livro do Êxodo (Capitulo 14, vers. 19, 20, 21).
Êxodo 14: 19 “Então o anjo do [verdadeiro] Deus, que ia na frente do acampamento de Israel, afastou-se e foi para a sua retaguarda e a coluna de nuvem afastou-se da sua vanguarda e pôs-se na retaguarda deles”.
Êxodo 14: 20 “Assim veio estar entre o acampamento dos egípcios e o acampamento de Israel. De um lado mostrou-se uma nuvem como escuridão. Do outro lado iluminava a noite. E este grupo não chegava perto daquele grupo durante toda a noite”.
Êxodo 14: 21 “Moisés estendeu então a mão sobre o mar e Jeová começou a fazer o mar retroceder por meio de um forte vento oriental, durante toda a noite, e a converter o leito do mar em solo seco, e as águas foram partidas.
Cada uma das frases, escritas em hebraico, contém 72 letras que revelam a combinação dos 72 Nomes Sagrados com os quais DEUS se manifesta. Esses nomes são ENERGIAS que regem as Leis da Natureza Manifestada, e são como canais que transmitem a combinação de Luz, Energia e Amor.

Esta formula é chamada “Os 72 Nomes de Deus”. Eles não são realmente nomes. Os 72 Nomes são as seqüências de 3 letras compostas de letras hebraicas que tem o poder extraordinário de superar as leis da natureza humana. Estas 72 seqüências estão na verdade codificadas na história da Bíblia que fala a respeito da separação do Mar Vermelho. Elas são como condutores que transmitem vários tipos de energia desde a Luz até o nosso corpo físico. Usando o poder dos 72 Nomes e superando suas naturezas reativas, Moisés e os compromissados com a torah, foram capazes de realizar o milagre do Mar vermelho.
As formas, sons, seqüências e vibrações dos 72 Nomes irradiam uma ampla gama de forças energéticas. Elas atuam como antenas que estimulam e liberam as formas da mesma energia invisível da Criação. A Luz que eles emitem purifica nossos corações. Sua influência espiritual limpa impulsos de nossas naturezas. Sua Energia Sagrada remove emoções arrebatadas e intolerantes, medo e ansiedade de nossos seres.
As letras hebraicas são instrumentos de poder. Cada letra individualmente representa uma energia específica . Cada som gerado pela vibração da pronúncia da letra representa uma força energética diferente. Além disso, a diferente combinação de letras cria diferentes tipos de energia, da mesma forma que diferentes combinações de notas musicais criam diferentes tons e melodias. Na verdade, a palavra hebraica “letra”, significa “pulsação ou vibração”, indicando um fluxo de energia. O alfabeto hebraico transcende religião, raça, geografia e o próprio conceito de linguagem. Essas letras antecederam todas as religiões; elas são formas universais, o alfabeto genético de todo o universo, para todas as pessoas, o tempo todo.
As três letras significam três Forças espirituais – uma carga positiva, uma carga negativa e um fio-terra – para criar um Circuito de Energia Espiritual… Cada seqüência de letras em particular, nos conecta a uma força específica. Ler, verbalizar, meditar ou simplesmente escanear visualmente essas letras e suas seqüências ajuda a ativar as várias forças espirituais a que cada uma delas está conectada, trazendo-as para dentro da nossa alma e do nosso ambiente. Interagir com essas 22 letras, nas mais variadas formas possíveis, nos dá uma conexão subconsciente mas direta com a nossa alma e com o mundo espiritual. As 22 letras do alfabeto hebraico são 22 forças energéticas que originaram toda a criação e se manifestam em nosso mundo como formas e vibrações que podemos visualizar e vocalizar. Em combinações diversas , essas letras formam o código genético cósmico, e nos conectam com diferentes tipos de energia.
Da mesma maneira que o formato de uma chave é o mecanismo através do qual conseguimos abrir uma porta, uma forma específica de uma letra hebraica é a chave para abrir a porta de nossa alma. Uma das maneiras mais poderosas para que aqueles que não são versados na pronuncia correta das letras hebraicas, possam capturar a energia das letras, é o contato visual, já que os olhos são as janelas da alma. Quando os olhos escaneiam uma única forma das letras hebraicas, uma ressonância é criada entre a Luz e a alma. Considere dois triângulos musicais. Bata num triângulo e a ressonância será criada entre os dois, em virtude de sua forma idêntica de construção. As ondas sonoras começam a transferir-se de um triângulo para o outro. Nossa alma e as forças contidas nas letras hebraicas são construídas do mesmo material – a Chama da Luz do Criador. Quando as duas estão em proximidade, conseguida pela visualização, meditação ou pronuncia das letras, uma ressonância é criada e a energia é transferida para a alma.
O Criador tem muitas forças diferentes de energia que podemos acessar. Cada força tem seu próprio e único e-mail. Cada um deles tem alguma coisa única a nos oferecer. Basta nos conectarmos com as letras. Colocando de outra maneira, podemos nos tornar geneticistas usando as 22 letras do DNA cósmico para fazer a reengenharia espiritual da nossa própria alma. As seqüências de letras conseguem estabelecer mudanças em nossos padrões mentais . Elas sondam o mais íntimo do nosso ser, nossos genes metafísicos, infundindo-nos de uma enorme força espiritual e emocional.
VEJAMOS AGORA O SIGNIFICADO E USO DE CADA Atributo DE DEUS:

Deus elevado e exaltado acima de todas as coisas.
Auxilia na realização de trabalhos difíceis, estimula o amor e concede sagacidade.
Na oposição: provoca violência e turbulência.
Planeta: Marte
Dias: 20/março – 01/junho – 13/agosto – 25/outubro – 06/janeiro
Hora: 00h às 00h20
Salmo: 3 – Versículo 5:
“Apenas elevei a voz para o Senhor, e ele me responde de sua montanha santa”.
Leitura da Torá: Bere’shit, בראשית

No Princípio
A Parashat Bereshit, a primeira porção da Torá, começa com a criação do mundo por D'us em seis dias e Seu "descanso" no sétimo.
Tudo, desde a separação entre trevas e luz no primeiro dia, até a criação das esferas celestiais no quarto, culminando com a criação do homem - Adam (Adão) e da mulher - Chava (Eva) à imagem de D'us e sua colocação no Jardim do Éden no sexto dia, foi criado e arrumado em seu correto lugar nesta primeira semana. Os humanos recebem o domínio sobre o mundo inteiro com apenas uma restrição - abster-se de consumir o fruto da Árvore do Conhecimento.
Chava é tentada pela serpente a servir-se do fruto proibido, e oferece-o ao marido também. D'us reage punindo-os pela transgressão, e além disso são banidos do paraíso do Eden.
Após a expulsão, seus dois primeiros filhos, Cain (Caim) e Hevel (Abel) trazem cada um uma oferenda para o Criador. A oferenda superior de Hevel é aceita por D'us, enquanto que a de Cain, inferior, é rejeitada. Cain invejosamente reage matando seu irmão, e D'us o envia ao exílio, condenado a vagar pela face da terra. A Torá então fornece uma genealogia das primeiras dez gerações do mundo, começando com Adam, seu terceiro filho Shet, e chegando até o nascimento de Nôach (Noé) e seus três filhos.
Desgostoso com a perversidade do homem, a porção se encerra com D'us expressando Seu arrependimento por ter criado o mundo, e Sua decisão de destruir todos os seres viventes, com exceção do justo Nôach e sua família.

"Cain disse a seu irmão Hevel, e quando estavam no campo, Cain levantou-se contra seu irmão Hevel e matou-o".
Ao ler este versículo, surge uma dúvida imediata. A Torá escreve que "Cain disse a Hevel" - então parece haver uma lacuna bem evidente, uma pausa que nos intriga, porque a Torá não informa o que Cain falou.
Toda a congregação está sentada ouvindo atentamente a leitura da Torá, esperando pelo momento do clímax, quando ouvirão o que Cain tem a dizer, e então, como se uma linha inteira tivesse sido apagada, a narrativa salta para nos dizer que ele matou o irmão! Mas o que aconteceu? O que conversaram os dois que fez Cain reagir tão drasticamente?
O Targum Yonatan menciona esta dúvida relatando uma discussão fascinante que ocorreu entre os dois irmãos, a qual levou diretamente ao assassinato. Cain reclamou a Hevel que não havia justiça e um juiz supremo neste mundo; não há Mundo Vindouro, e por isso os justos não serão recompensados e os perversos jamais serão castigados. Hevel discordou, e como resultado desta discussão, Cain decide matar seu irmão.
Entretanto, mesmo após ouvir a explicação desta conversa, a passagem ainda permanece obscura. Se estavam realmente discordando sobre um assunto tão fundamental, não teria sido informativo se a Torá nos relatasse isso de maneira direta?
Foi sugerido que a Torá omitisse qualquer menção explícita do assunto da discussão porque, na verdade, é totalmente insignificante para o desenrolar da história. Cain não tinha o direito de tirar a vida de seu irmão, e ponto final, não importa o quanto ele justificasse suas ações.
O fato de que ele tivesse uma suposta desculpa para seu comportamento (tinham opiniões conflitantes) era irrelevante, porque qualquer que fosse seu arrazoado, este permaneceu meramente uma racionalização formulada pela mente humana, para se permitir a busca de seus próprios desejos básicos.
Na verdade, Cain estava com inveja porque a oferenda de Hevel fora aceita por D'us, enquanto que a sua não, por isso desejou matar o irmão. Ele tinha apenas um problema - sua consciência. Mas não poderia simplesmente destruir sua própria carne. Precisava de uma desculpa, uma racionalização para sentir-se melhor a respeito daquilo que estava para fazer.
Por esta razão, provocou uma discussão; descobriu que seu irmão discordara, e usou isto como uma desculpa para o assassinato. Entretanto, como era meramente uma desculpa, a Torá considerou-a irrelevante, e por isso preferiu omiti-la da narrativa.
Quantas vezes inventamos desculpas para justificar nossas ações - fabricando racionalizações que, se apenas usássemos o tempo para analisá-las, veríamos que são totalmente infundadas? Somos realmente honestos com nossos amigos, nossa família, com o Criador, e com nós próprios, ou simplesmente procuramos as melhores desculpas a fim de satisfazer nossa consciência?
Ao começarmos este novo ano, reforcemos nosso compromisso de buscar a verdade e estejamos conscientes das perigosas racionalizações que inevitavelmente impedirão nossa busca por uma vida boa e com moral.

As letras competem por uma preciosa oportunidade
As letras do Alef Bet estavam reunidas em volta de D’us, com muita expectativa e alvoroço. Uma feliz letra seria escolhida em breve para iniciar a primeira palavra sagrada da Torá, o mais precioso tesouro do mundo. Qual seria ela? Cada uma esperava que D’us a escolhesse entre todas as outras e juntas clamavam por sua atenção.
"Por favor, D’us, comece a Torá comigo!" gritavam todas juntas.
A letra Tav moveu-se para a frente. "D’us", gritou ela. "Sou a maior de todas as letras! Sou Tav, a primeira letra da amada palavra Torá! Sei que cada letra do Alef Bet corresponde a um número; meu valor equivale a quatrocentos, o número mais alto de todos! 1 Não concordas que devo ser o começo da Torá?
"Acho que não", respondeu D’us, "porque um dia te usarei como um mau sinal. Muitos anos mais tarde, quando destruirei o Bet Hamicdash usarei a ti Tav, para marcar os judeus que merecem morrer."
"Nesta época", continuou D’us, "ordenarei ao Anjo da Morte para voar sobre Jerusalém e escolher os compromissados com a Torá que são Tsadikim (justos). Na testa de cada Tsadic ele marcará a letra Tav com tinta invisível."
"O Tav significará a palavra hebraica "tu viverás" e aos compromissados com a Torá assim marcados será permitido viver a salvo de seus inimigos."
"Então ordenarei ao Anjo da Morte, ‘Separa os descompromissados com a Torá que são perversos, os Resha'im. Marque em cada testa do Rashá a letra Tav, não com tinta, mas com sangue. O Tav sangrento significará a palavra hebraica "tu morrerás" e os perversos assim marcados serão destruídos por seus inimigos."
Você vê agora, Tav, porque não quero usá-la para começar a Torá: porque, um dia, você servirá como sinal nos descompromissados com a Torá que devem morrer."
Ao ouvir isto, Tav saiu profundamente desapontada.
A letra Shin veio para a frente esperançosa. Ela se inclinou e pediu em voz alta:
"Por favor, D’us, usa a mim como a primeira letra de sua Torá! Depois de Tav sou o número mais alto do Alef Bet, igual a trezentos. Eu sou até o começo de um de seus nomes sagrados, Sha-dai."
"Absolutamente não," respondeu D’us, "pois, apesar de ser verdade que és importante, inicias os nomes de coisas tão odiosas como shav, que quer dizer "falsidade" e sheker, que quer dizer "mentira". Odeio mentiras e falsidades. Construí Meu mundo sobre a verdade."
Shin saiu abatida.
Isto não desencorajou Reish de se aproximar do trono de D’us. Ele sentiu que tinha um argumento convincente. "Tem piedade de mim, D’us" pediu ela, "e honra–me com o início de sua Torá. És conhecido como um D’us Misericordioso e sou a primeira letra da palavra Rashum, que significa ‘misericordioso’. Também devo lembrar que sou o começo da palavra refuá, ‘curar’..."
A voz de Reish parecia embaraçada, pois sentiu que D’us ia recusar seu pedido.
Seus temores foram confirmados, pois D’us explicou: "No futuro, Moshê Rabênu conduzirá pessoas que querem ser compromissados com a Torá através do deserto. Alguns ingratos não irão aceitá-lo como líder. Em seus corações irão resmungar, ‘Nós preferimos servir ídolos no Egito a servir D’us como homens livres no deserto’. Eles vão gritar, ‘Vamos nos revoltar contra Moshê, escolher um outro líder e voltar para o Egito’."
D’us perguntou: "Estás consciente, Resh que és a primeira letra da palavra Rosh (líder) a ser clamada pelos judeus rebeldes?" "Para piorar as coisas" continuou D’us, " és o começo da palavra Rá, que significa ‘maldade’ e Rashá, uma pessoa perversa." Reish compreendeu que não seria aceita e concordou com relutância. Mais do que depressa, a letra Kuf agarrou a oportunidade:
"Que tal eu?" falou. "Sou uma letra maravilhosa. Quando os compromissados com a Torá forem rezar, irão me usar para começar a recitar a Kedushá. Irão proclamar, ‘Cadosh, cadosh, cadosh, sagrado é ²D’us.’" "No entanto," persistiu D’us, "não podes ser a primeira letra da Torá. És o começo da palavra Kelalá, ‘maldição’. Não quero que as pessoas perversas digam, "Quando D’us fez o mundo, Ele o amaldiçoou, por isso começou a Torá com um Kuf."
Uma a uma, todas as outras letras se aproximaram do trono de D’us, tentando tomar para si a glória de se tornar o começo da Torá. Elas persuadiam, imploravam, pediam e argumentavam, mas inutilmente. D’us rejeitou todas elas.
Finalmente, ficaram apenas duas letras, Alef e Bet. Estas duas esperaram, ficando mais tensas a cada momento. Bet estava tão nervosa que, após a longa espera, o pequeno ponto dentro dela estremecia, como uma batida de coração.
"Por favor, D’us," exclamou meio excitada, meio soluçando, "eu gostaria tanto de ser a primeira letra da Torá! Sou o começo de muitas coisas boas. Seus filhos, os compromissados com a Torá , dizem seus louvores na s preces: "Baruch D’us – louvado seja D’us; e ‘Louvado seja o nome de D’us para sempre’; e ‘Louvado seja D’us para sempre, amen, amen.’ Todos estes louvores começam com um Bet!"
Desta vez, D’us concordou.
"Sim, respondeu Ele. "Começarei a Torá contigo. Bet é o começo de Berachá, bênção. Quero que todo o povo da Terra saiba que o amo e o abençôo. Por isso, a Torá vai começar com um Bet, com a palavra Bereshit."
Ao ouvir que Bet foi escolhida, Alef se afastou em silêncio.
"Alef", chamou D’us, "não queres pedir por ti também?"
Alef suspirou:
"Sou uma letra tão sem importância," disse com humildade. "Todas as outras letras do Alef-Bet merecem muito mais do que eu. Bet é igual a dois, Guímel a três, Dalet a quatro -– mas sou apenas um pequeno número, igual ao número um."
"Ao contrário, Alef," exclamou D’us. "Alef, és o rei de todas as letras! És um e Eu também sou Um, e a Torá é uma."
"Portanto, quando Eu der a Torá no Har Sinai, não vou começar com nenhuma outra a não ser tu. Estarás no começo dos Dez Mandamentos: "Anochi", D’us, Eu sou D’us."

POUCOS SABEM COMO COMEÇOU. Ou O QUE HAVIA ANTES.
NÃo QUE ISSO importe, realmente. Porque não houve um antes. Aconteceu em um tempo em que o próprio tempo não existia, e a matéria não passava de um grão de energia, flutuando na sombra do espaço.Guerra. Luz e trevas. Lei e ordem. Claro e escuro. Bem e mal.
Sobreveio a explosão. Indescritível. Inimaginável. Ensurdecedora. O universo se expandiu, lançando fragmentos na negritude, formando ondas de poeira cósmica,dando origem às dimensões paralelas. Mundos inteiros foram criados. Estrelas nasceram e morreram, nebulosas surgiram nos oceanos de plasma. Galáxias se condensaram.
Por bilhões de anos, os alados vagaram sozinhos, intocáveis no santuário infinito. E, quando o sexto dia terminou, Deus estava orgulhoso de seu trabalho. De todas as maravilhas, a espécie humana foi a que ele mais adorou: sua criação podia aprender,evoluir e amar.
Yahweh partiu para o descanso do sétimo dia e deixou aos cinco arcanjos a tarefa de comandar os celestes, reger o paraíso e servir à humanidade, sem interferir em seu curso. Mas, inflados de ciúme e luxúria, os primogênitos invejaram a raça mortal. Miguel, o Príncipe dos Anjos, decidiu que os homens não eram herdeiros dignos de Deus e resolveu tomar a terra de assalto. Enviou assassinos, fomentou cataclismos, explodiu vulcões, provocou terremotos e congelou o planeta.
O paraíso se dividiu. A primeira revolta foi esmagada, e os conspiradores, expulsos. A tensão entre os gigantes cresceu, culminando numa batalha devastadora, que secionou para sempre as hostes divinas. Lúcifer, o Arcanjo Sombrio, desafiou a autoridade do onipotente Miguel, atraindo um terço das legiões para sua causa.
Mas suas ambições eram igualmente malignas e, vencidos, os anjos caídos foram atirados ao inferno, onde aguardam o momento oportuno para completar sua vingança.
Milênios mais tarde, os focos da rebelião, sufocados no princípio, se reacenderiam numa nova chama. O arcanjo Gabriel, servo mais leal do Príncipe Celeste, recebeu a missão de descer à Haled para planejar uma nova catástrofe. Mas, em seus corpos terrenos, os anjos são vulneráveis aos sentimentos carnais. Pela primeira vez, ele provou o calor da alma humana e entendeu o amor que sentia por Deus. Repudiou as ordens do irmão e assim começou uma nova guerra, a guerra civil, a eterna disputa pelo paraíso, que persiste até hoje.
Reunidos no Primeiro Céu, Gabriel e os exércitos rebeldes iniciaram uma gigantesca campanha contra as forças legalistas,estacionadas na quinta camada. O Quarto Céu, Acheron,transformou-se numa violenta zona de combate, onde os querubins lutam dia e noite há mais de dois mil anos.
Quando os revoltosos avançaram, derrubando fortalezas e ganhando posição, Miguel, temeroso de perder o trono, ordenou o Haniah, o Retorno, determinando que todos os seus aliados que atuavam ou estivessem no plano material regressassem imediatamente. Com o contingente inimigo aumentando, Gabriel
fez o mesmo, e a Haled foi abandonada. Os vórtices de acesso às dimensões superiores foram fechados, restando alguns poucos, guardados por poderosos vigias.
A casta dos elohins, cuja natureza é viver entre os homens, obteve permissão especial para continuar no mundo físico, assim como outros desgarrados, que se recusaram a voltar. A única condição era que não interviessem no rumo da guerra e estivessem prontos para servir a seus arcanjos quando o dever os chamassen
Enquanto o paraíso queima num embate de sangue e espadas, os dois lados estabeleceram um armistício na terra - uma trégua frágil e delicada, que pode desmoronar a qualquer instante.
Isolada no Sexto Céu, a ordem dos malakins traçou suas previsões.
Aquela não seria mais uma guerra. Havia começado.
Era o princípio do fim.
A criação do Céu e da Terra e a importância da paz
Quando D’us estava para criar o mundo, o Céu suplicou: "D’us, primeiro cria todas as coisas relativas a mim – o firmamento, o sol, a lua e as estrelas."
A Terra insistiu: "D’us, deixa-me ser a primeira! Cria as plantas, os animais e as pessoas que viverão na Terra."
Esta discussão egoísta não agradou a D’us, pois Ele deseja que todos vivam em paz e harmonia. Por isso respondeu:
"Vou deixá–los se revezar, Céu e Terra, para ver a criação realizada. No primeiro dia, farei o Céu e a Terra. No segundo dia, darei a vez para o Céu, farei o firmamento. No terceiro dia, a Terra terá a sua vez, reunirei as águas e cobrirei o chão com grama. No quarto dia, o Céu terá outra vez a chance e Eu colocarei nele o sol, a lua e as estrelas. No quinto dia, será novamente a vez da Terra, encherei os oceanos com peixes e criaturas do mar. O sexto dia, porém, será dividido entre o Céu e a Terra. Criarei Adão dos dois, da Terra e do Céu: seu corpo será feito do pó da Terra, mas a sua Neshamá, sua alma, virá de Mim, do céu

Quem é o primeiro a fazer a paz?
Nossos sábios sempre se esforçaram de todas as maneiras possíveis para viver em paz com todos.
Há uma história que ilustra esta afirmação:
"Certa vez, um açougueiro começou uma briga com Rabino Abba, conhecido como Rav, o grande estudioso da Torá. Rav estava ansioso para fazer as pazes com o açougueiro e decidiu esperar os dias que antecedem Yom Kipur. ‘’Esta é uma ocasião,’ ele pensou consigo mesmo, ‘na qual as pessoas fazem as pazes umas com as outras. Certamente, o açougueiro virá e irá me pedir perdão. Seremos novamente amigos.’
Mas a véspera de Yom Kipur chegou e não havia sinal do açougueiro.
Não é suficiente esperar que o açougueiro venha a mim fazer as pazes," pensou Rav. "Se eu realmente desejo paz, tenho que ir atrás dela. Se o açougueiro não vem a mim, irei a ele."
Apesar da briga ter sido, de fato, culpa do açougueiro, Rav estava pronto para se humilhar diante dele e pedir-lhe perdão. Quando Rav chegou, viu o açougueiro brandindo um enorme machado com o qual cortava fora as cabeças dos animais. O açougueiro levantou os olhos de seu trabalho e percebeu Rav.
Zangado, ele gritou:
"É você, Abba? Vá para casa, não quero nada com você,
Imediatamente, D’us, castigou o açougueiro por se recusar a fazer as pazes e ofender o Rav.
Quando o açougueiro ergueu seu machado para dar o próximo golpe, o ferro se soltou do cabo de madeira e bateu na própria cabeça do açougueiro, matando-o.
É uma Mitsvá ser o primeiro a fazer as pazes e se desviar do seu caminho para fazer isso, como diz o Passuk no Tehilim. Isto quer dizer que devemos ir em busca da paz e não ficar esperarando por ela.

A LINHA DO TEMPO
...* Protouniverso. Inexistência do tempo ou matéria. O Eterno, a Lei( A Toráh), e Tehom, o Caos, vagam pela sombra do espaço.
...O Eterno dá vida aos cinco arcanjos: Miguel, Lúcifer, Gabriel, Rafael e Uziel. Tehom cria seus monstros: Behemot, Leviatã, Tanin, Enuma, Taurt.
...Batalhas Primevas. O Eterno e seus generais angélicos derrotam Tehom, assumindo controle sobre as duas províncias.
Primeiro Dia
+- 15 bilhões de anos atrás. Início da criação. Surgem o tempo e a matéria.
Segundo Dia
+- 14 bilhões de anos atrás. Nascimento dos anjos. Big Bang. Criação da luz,
+-12 bilhões de anos atrás. A expansão da matéria cria "vincos cósmicos" no universo, dando origem às dimensões paralelas.
Terceiro Dia
+- 7 bilhões de anos atrás. Formação das estrelas e galáxias. A luz é separada da escuridão. Anjos e arcanjos estabelecem os Sete Céus como sua dimensão principal. O Eterno cria a Roda do Tempo e o Livro da Vida.
Quarto Dia
+- 6 bilhões de anos atrás. Sol, sistema solar e a terra.
QUINTO DIA
+- 4 bilhões de anos. Na terra, surgem as primeiras formas de vida materiais.
Sexto Dia
+- 400 milhões de anos atrás. Primeiros hominídeos.
+- 400.000 a.C. Surgimento do homem primitivo, os eridais, também chamados de primeira raça.
+- 320.000 a.C. Grande migração. Os eridais se dividem em dois grupos. Um permanece no Oriente Médio, o outro se desloca através do Mediterrâneo rumo à Europa Ocidental.
Sétimo Dia
+- 200.000 a.C. Os eridais evoluem em dois ramos: os homens(segunda raça) e os atlantes (terceira raça). Ambos pertencem à espécie Homo sapiens, dotados da terceira alma. O Eterno parte para o descanso. Despertar da consciência. Confecção do tecido da realidade.
+-180.000 a.C. Primeira era glacial.
+-150.000 a.C. Fundação da cidade de Atlântida. Ascensão dos altantes e supremacia do Mediterrâneo. Na Europa, Ásia e Oriente Médio, os homens migram das cavernas para palafitas e constroem pequenas aldeias.
100.000 a.C. Primeiro cataclismo. Terremotos dividem a terra. Atlântida se enfraquece.
50.000 a.C. Adão unifica as tribos do Oriente Próximo. Caim, seu filho, funda a cidade de Enoque. Segundo despertar - tecido da realidade engrossa.
40.000 a.C. Ascensão de Enoque. Extinção do homem de Neandertal e dos tigres-dentes-de-sabre.
38.000 a.C. Atlântida e Enoque entram em choque. Guerras Mediterrâneas.
35.000 a.C. a +- 25.000 a.C. Período das grandes catástrofes. Segundo cataclismo. Terra sofre com chuvas de meteoros,terremotos e vulcões. Arcanjos decidem enviar suas legiões para exterminar a raça humana. Reis de Enoque, com aço e magia, rechaçam ataque de anjos à cidade.
23.000 a.C. Início das Guerras Etéreas,
22.000 a.C. Apollyon, o Anjo Destruidor, e sua legião vencem e eliminam as serpentes de Kur.
18.000 a.C. Batalha de Shin-Tain. Celestiais são derrotados no Extremo Oriente.
12.000 a.C. Ablon, o Primeiro General, vence o deus Rahab, o Príncipe dos Mares, pondo fim às Guerras Etéreas. Construção da Fortaleza de Sion.
11.500 a.C. Dilúvio. Terceiro cataclismo. Destruição de Enoque e Atlântida. Orion retorna aos Sete Céus.
10.000 a.C. Civilização regressa à barbárie. Atlântida não deixa sobreviventes, Remanescentes dos homens de Enoque evoluem no chamado "homem moderno", o Homo sapiens sapiens, também conhecido como quarta raça. O ser humano se espalha pelo globo terrestre.
+- 4.000 a.C. Renascimento da civilização humana. Invenção da escrita. Fundação da Babel legendária. Gilgamesh na Suméria.Extinção dos mamutes.
+- 3.800 a.C. Revolta de Sodoma. Expurgo de Ablon e da Irmandade dos Renegados dos Sete Céus. Sodoma e Gomorra são destruídas. Zohar é devastada.
+- 3.500 a.C. Rebelião de Lúcifer. O Arcanjo Sombrio e suas hordas são expulsos do céu e condenados ao Sheol.
+- 3.000 a.C. A Irmandade dos Renegados deixa Enoque e se divide. Construção das grandes pirâmides do Egito. Terceiro despertar - alargamento do tecido da realidade.
+- 2.800 a.C. Anjo Negro encontra Ishtar. Os dois lutam sobre a montanha. Ablon destrói o morro e impede o assassinato de Ishtar,mas é soterrado.
2.414 a.C. Cush assume o trono da Babilônia legendária. Construção do zigurate de prata. Ablon desperta e escapa do soterramento. Nasce Zamir, o que engana.
2.354 a.C. Akto e Maya, pais de Shamira, fogem de Knossos, na Grécia, e se estabelecem na aldeia de En-Dor, em Canaã.
2.335 a.C. O rei Cush é capturado e morto. Nimrod assume o trono da Babilônia. Zamir encontra o avatar desacordado de Ishtar e o leva à cidade. Início da construção da Torre de Babel.
2.334-2.333 a.C. Shamira é levada à Babilônia. Queda de Babel.Destruição da torre. Ishtar morre.
2.332 a.C. Shamira começa seu treinamento com o mestre necromante Drakali-Toth, na cidade de Mênfis.
+ - 1.800 a.C. Ascensão da Babilônia histórica. Hamurabi.
+ - 1.500 a. C Nasce o Pai do Monoteísmos (Abraão)
- 1.313 a. C A Torah é entregue aos Homens...
... hoje ...
2064 d C Inicia o Oitavo dia

Os seis dias da criação
O primeiro dia: D’us criou a Luz, o Céu e a Terra.
No primeiro dia da Criação, D’us criou a Luz antes de tudo.
Ele o fez do mesmo modo que um rei quer construir seu palácio.
Uma parábola
O rei que não pôde criar a luz
A noite toda, o rei e sua companhia marcharam através da flo-resta. Os soldados da escolta real sussurravam excitados entre si. Quando vão chegar lá? Como será? Durante meses – não, anos – o rei planejou construir o mais suntuoso palácio do mundo. Agora, finalmente, a construção seria iniciada e o rei pessoalmente estava-os conduzindo para o lugar que havia escolhido para esta obra.
De repente, os sussurros pararam, porque o rei se deteve. Ele apontou para uma enorme clareira e comandou: "Agora! Vamos começar a construção!"
As ordens do rei foram recebidas com um silêncio terrível. Os construtores reais baixaram suas cabeças e não conseguiam falar.
"Majestade," propôs tremendo um trabalhador, ‘é noite agora e no escuro da floresta mal podemos enxergar qualquer coisa!"
"Luzes", vociferou o rei. "Os trabalhadores precisam de luz! Luzes, imediatamente!"
Ouviu-se desesperada correria de pés, enquanto todos procuravam os eletricistas reais. Finalmente, eles descobriram um eletricista em meio aos trabalhadores da construção, mas, em voz baixa, ele confessou que não havia trazido consigo nem fios elétricos e nem interruptores.
"Vocês não têm velas nem fósforos, ao menos?" grunhiu o rei. "Acendam tochas!"
Mas o vento da floresta estava soprando tão forte que era impossível acender uma chama.
Atrapalhado e zangado, o rei foi forçado a anunciar que a construção seria adiada. Ele não tinha meios de criar a luz que era necessária para começar a construção do palácio.
A chave para a parábola
D’us criou a luz bem no início.
Mas como D’us é diferente de um rei humano! O rei humano pode se enfurecer, bradar e bater os pés, mas sem fósforos, luz elétrica ou alguma outra espécie de luz conhecida, ele não pode criar a luz.
D’us, porém, criou a luz do nada, pronunciando somente três palavras: "Que haja luz!" E, de repente, saída do nada, a luz apareceu do meio da escuridão.
D’us decidiu, "Que haja sempre luz durante o dia, para que as pessoas enxerguem e possam fazer seu trabalho. Todas as noites Eu trarei a escuridão para que as pessoas possam descansar."
Depois, D’us criou o Céu e a Terra. D’us não precisou colocar suportes embaixo do globo para segurá-lo. Ele o suspendeu no espaço.
Segundo dia:
D’us fixa o firmamento
A Terra que D’us criou no primeiro dia estava coberta de água, que estava amontoada sobre o chão a grande altura. Não havia firmamento. No segundo dia, porém, D’us ordenou para as águas:
"Dividam-se em duas! Uma das metades ficará no alto e a outra afunde na Terra e Eu fixarei o firmamento no meio."
D’us chamou o firmamento Shamáyim, Céu. Ele manteve água nas nuvens em forma de vapor para mandar mais tarde em forma de chuva, a fim de que as plantas na Terra pudessem crescer.
Terceiro dia:
D’us criou a terra seca, a grama, as árvores e todas as espécies de plantas
No terceiro dia, a água ainda cobria toda a Terra. Não havia um único ponto seco. D’us ordenou ao anjo do mar:
"Reúna toda a água em alguns lugares para que o restante se torne seco."
O anjo do mar perguntou: "Onde porei toda a água que sobrar? Dificilmente haverá lugar suficiente na Terra para tanta água!"
D’us então juntou toda a água da Terra e a derramou nos oceanos, lagos e rios. O restante da Terra se tornou seca. A água, porém, ficou tão aborrecida por estar aprisionada que ameaçou transbordar e cobrir tudo outra vez.
"Fique onde a deixei!", ordenou D’us. Não inunde a terra seca!" D’us pegou um pouco de argila, escreveu sobre ela Seu grande Nome de quarenta e duas letras e jogou-a no fundo d’água. Enquanto a argila estiver lá embaixo, nas profundezas da água, esta não inundará a terra. (Antes do Dilúvio, D’us a removeu). Então D’us ordenou:
"Que a relva cubra a terra seca!"
Imediatamente, a relva começou a brotar da terra. Além da grama para os animais, D’us criou todos os tipos de grãos, vegetais e ervas comestíveis. Ele também ordenou à terra que produzisse uma grande variedade de flores, para dar prazer à visão e ao olfato; além de todos os tipos de folhas e arbustos.
Estes maravilhosos exemplos das obras de D’us podem ser admirados nos jardins e campos, nas florestas e montanhas e todas elas foram produzidas por D’us no terceiro dia da Criação. Então D’us ordenou:
"Que árvores frutíferas cresçam na terra!"
Imediatamente, emergiram milhares de tipos de árvores; macieiras, pereiras e laranjeiras, ameixeiras, pessegueiros e o que se pudesse imaginar, cada uma com frutas deliciosas, de cores e formas diferentes.
Quarto dia:
D’us suspende o Sol, a Lua e as estrelas no firmamento
No quarto dia, D’us colocou o sol, a lua e as estrelas no firmamento. Existem sete Céus, um sobre o outro. D’us pôs o Sol no Segundo Céu e não no mais baixo, pois queimaria o mundo inteiro com seu intenso calor.
O Midrash explica: A lua é punida por reclamar
Quando D’us criou o Sol e a Lua, Ele fez os dois exatamente do mesmo tamanho. A Lua disse para D’us:
"Sempre que criastes um par, fizestes um maior que o outro. Fizestes dois mundos – olam hazê, este mundo e olam habá, o mundo vindouro. Dois olam habá é o maior. Criastes o Céu e a Terra, o Céu é maior, por ser Tua morada. De fogo e água, a água é mais forte, porque extingue o fogo. Só o Sol e eu, a Lua, fizestes do mesmo tamanho. Um de nós tem que ser maior."
"Ahá!" exclamou D’us. "Sei qual é seu verdadeiro propósito, Lua! Você gostaria que a fizesse maior e o Sol se torna-se o menor. Mas por ter se queixado, Eu a farei menor."
"O meu castigo será tão grande, só porque me ter reclamado?" perguntou a Lua.
"Bem," respondeu D’us, "no futuro, quando Mashiach chegar, Eu farei a sua luz mais forte, tão forte como a luz do Sol agora."
"Serei então igual ao Sol?"
"Não," respondeu D’us, "porque então o Sol brilhará sete vezes mais do que agora."
Quinto dia:
D’us criou os peixes e os pássaros
No quinto dia, D’us encheu as águas com milhares de espécies de peixes e criaturas marinhas. Ele também criou os pássaros que voam no firmamento.
Sexto dia:
D’us cria os animais e o homem
No sexto dia, D’us fez todos os animais, grandes e pequenos. Ele pôs sobre a Terra elefantes, ursos, leões, tigres, panteras, vacas, carneiros, cachorros, gatos bem como camundongos, ratos, doninhas, esquilos e tantas outras espécies de animais. Não se pode esquecer dos insetos. Pode-se conhecer apenas alguns poucos insetos, como moscas, pernilongos, formigas, aranhas, baratas e, naturalmente, zangões e gafanhotos, mas na realidade existem milhões!
Mesmo o corpo dos menores insetos foi feito por D’us para funcionar como um mecanismo complexo. Ao serem estudadas as partes do corpo de um inseto, começa-se a entender um pouco sobre a fantástica sabedoria de D’us.
Finalmente, D’us formou a maior de suas Criações: o homem.
Uma história:
Ninguém pode se comparar ao Criador
O imperador romano, Adriano, voltou de Êrets Yisrael, após tomar parte na destruição do Segundo Bet Hamicdash.
"Vocês vêem," gabou-se ele para os romanos," eu lutei contra o D’us dos judeus. Destruí Sua terra, queimei Sua casa e escravizei Seu povo, os judeus. Por isso, agora também sou um deus. Obedeçam-me e sirvam-me!"
Três de seus mais sábios ministros estavam presentes. O primeiro se levantou respeitosamente e disse:
"Oh, Imperador! Como você pode dizer que venceu D’us se você ainda está em Seu palácio? Deixe o Seu palácio e o declararemos deus. O céu e a terra são o palácio de D’us. Se você pode sair do céu e da terra, nós o serviremos!"
O segundo ministro respondeu à arrogância de Adriano:
" Desejo fazer um pequeno pedido," anunciou. "Se você realizar, nós o serviremos. Este é o meu pedido. Uma forte tempestade se levantou e não nos deixa aportar. Sou um homem infeliz, porque todo o meu dinheiro estará perdido. Só faça o navio aportar e eu, certamente, irei servi-lo como a um deus!"
"Muito bem," respondeu Adriano. "Mandarei toda a minha frota para ajudá-lo. Os marinheiros jogarão cabos e puxarão seu navio para a costa."
"Por que você dá ordens tão complicadas?" perguntou o ministro. "Mande apenas um vento para trazer meu navio para a costa."
"Eu não sei como comandar o vento," disse Adriano.
"Então, como você nos pede para servi-lo?" disse o ministro. "D’us criou o vento e o governa. Como você pode pretender ser um deus?"
O terceiro ministro disse para Adriano:
"Nós o serviremos se você ordenar ao mar que se retire, para que a terra seca apareça e as pessoas possam se instalar nela."
"Isto é impossível para mim," admitiu Adriano.
"Mas quando D’us criou o mar," disse o ministro intencionalmente, "Ele foi capaz de dar ordens e dizer–lhe como fluir. Como então você se compara a D’us?"
Adriano ficou furioso com seus ministros. Foi para casa e se queixou para sua mulher que seus ministros se recusavam a servi–lo. Sua mulher era muito esperta e disse:
"Faça só uma pequena coisa e você será considerado deus."
"O que devo fazer?" perguntou-lhe Adriano.
"Devolva sua alma a D’us," disse ela.
"Você perdeu o juízo?" perguntou-lhe ele. "Se minha alma deixar meu corpo, não estarei mais vivo!"
"Como você pode querer ser um deus?" perguntou sua mulher. "Nem ao menos consegue comandar sua própria vida e quer fazer de conta que governa o céu e a terra?!Vamos servir melhor a D’us Que criou o céu e a terra, fez as plantas e os animais e criou todas as pessoas e as mantêm vivas."

Sétimo dia
Shabat O desfile dos anjos
No sétimo dia, D’us sentou-Se em Seu Trono e Ordenou a todos os anjos que marchassem a sua frente, num grande desfile.
Primeiro, o anjo a quem Ele tinha nomeado para se encarregar dos oceanos passou marchando feliz, seguido do anjo encarregado dos rios.
Depois, marchou o anjo nomeado para cuidar das montanhas; o anjo das águas profundas; o anjo da relva; o anjo do Guehinom (inferno); o anjo do Gan Eden (paraíso); o anjo dos insetos e répteis; o anjo dos animais selvagens; o anjo dos gafanhotos e, finalmente, o anjo encarregado de todos os outros anjos.
Todos os anjos dançaram em santidade e alegria. Encheram os céus com felicidade! Louvaram D’us e gritavam: "A glória de D’us durará para sempre!" Também cantavam: "Que D’us se regozije com a maravilhosa Criação que Ele fez!"
Então D’us acenou para o anjo encarregado do Shabat e sentou-o no trono de honra. Todos os anjos dançaram ao seu redor e cantaram, "Hoje é Shabat Côdesh, o santo Shabat para D’us!"
Depois que D’us criou Adão, Ele o ergueu e deixou-o ver como era grande a felicidade do Shabat no Céu. O dia do Shabat era como um grande siyum, uma festa de celebração, porque D’us havia terminado Sua obra. Quando Adão viu os anjos cantando e dançando, compreendeu como é santo o dia de Shabat e a felicidade que ele poderia trazer para as pessoas na Terra.
O Midrash explica:
Shabat recebe um sócio eterno
Depois que D’us fez o Shabat, o Shabat exclamou: "Estou tão triste e solitário. Sou o único dia que não tem sócio. Domingo vai junto com a Segunda; Terça é vizinha da Quarta; Quinta tem Sexta. Mas eu não tenho ninguém que esteja junto comigo, porque sou o último dia da semana!"
D’us respondeu: "Não se preocupe, Shabat. Um povo inteiro será seu amigo. O povo Compromissado com a Torá terá o privilégio de mantê–lo santificado. Por isso você, Shabat e o povo compromissado com a Torá irão sempre pertencer um ao outro!"
O Midrash explica:
Todas as criações louvam D’us
Você sabia que todas as criações cantam louvores a D’us? Elas Lhe agradecem por tê-las feito tão perfeitas e porque Ele designou tarefas no mundo a cada uma. As árvores louvam a D’us com os graciosos movimentos do balanço de seus galhos. A água canta para Ele com o barulho das ondas e o poderoso rugir da rebentação. Os animais O louvam com seus variados chamados e sons. O Sol e a Lua O louvam com seu brilho sobre o mundo. Isto é o que diz o Passuk no Tehilim (capítulo 148): "Louvem D’us, da terra; as cobras grandes e todas as criaturas que vivem nas profundezas; fogo e granizo; neve e neblina; o vendaval que cumpre as ordens de D’us; montanhas e todos os morros; árvores frutíferas e todos os cedros; bestas selvagens e todo o gado; animais rastejantes e pássaros alados."
Mas quem deveria louvar D’us mais do que todos?
Certamente nós, que devemos lembrar que tudo no mundo foi criado para a humanidade e que fomos criados para servir a D’us.

Como D’us criou Adão e Eva no sexto dia
D’us criou cada ser em apenas alguns segundos. Adão foi uma exceção. D’us se ocupou com sua Criação por muitas horas. (Ele fez isso para nos mostrar como Adão era importante).
Durante a primeira hora D’us juntou pó de toda a Terra.
Durante a segunda hora D’us misturou o pó com a água e amassou–o até formar uma substância parecida com massa.
Durante a terceira hora D’us formou o corpo de Adão, seus braços e pernas.
Durante a quarta hora D’us soprou a Neshamá (alma) no corpo de Adão. O corpo de Adão era de terra, mas sua alma era um sopro Divino. É por isso que cada pessoa é capaz de se tornar um grande Tsadic, porque nossas almas são fonte de santidade, do Próprio D’us.
Durante a quinta hora, Adão se levantou.
Durante a sexta hora, D’us trouxe todos os animais perante Adão. Com a sabedoria que D’us lhe deu, Adão pôde dar a cada animal o nome apropriado pelo qual deveria ser chamado.
Durante a sétima hora, D’us falou: "Não é bom que Adão fique só. Vou lhe dar uma esposa para ajudá-lo!" D’us provocou em Adão um sono profundo. De um dos ossos que retirou do corpo de Adão, criou a mulher, Eva. D’us fez Eva de uma parte de Adão para que este gostasse de sua esposa tanto quanto dele mesmo.
Durante a sexta hora, D’us deu a Adão uma ordem.
Adão e Eva no Gan Eden (Paraíso)
D’us colocou Adão e Eva no Gan Eden, o jardim mais encantador da Terra. Todas as árvores preenchiam o ar com frutas doces e perfumadas de todas as espécies. Adão e Eva só tinham que estender a mão para pegar uma das deliciosas frutas ou beber água do rio cintilante e límpido que corria através do Gan Eden.
D’us ordenou a Adão para cumprir certas mitsvot. Sempre que ele cumpria estas Mitsvot, as plantas do Gan Eden cresciam. D’us mandou um anjo para o Gan Eden. O anjo escreveu um livro para Adão que continha muitos segredos de D’us. Adão estudou este livro.
Ambos, Adão e Eva eram pessoas santas e puras, onde o mal e a má inclinação não existiam. Eles estavam sempre pensando e fazendo o bem.

D’us põe Adão e Eva à prova
D’us ordenou a Adão:
"Vocês podem comer as frutas de todas as árvores do Gan Eden, exceto de uma: Não comam da árvore do centro do jardim! No dia em que vocês comerem o seu fruto, vocês merecerão a morte. Se vocês não o comerem viverão para sempre."
D’us deu à serpente o entendimento e o poder de falar. Naquele tempo, a serpente tinha pernas e andava ereta. Ela se chegou a Eva e perguntou-lhe astutamente:
"D’us realmente lhes disse para não comerem nenhuma fruta do Gan Eden?"
"Não, Ele não o fez," respondeu Eva. "D’us nos deixa comer as frutas de todas as árvores, exceto daquela no centro do jardim. D’us nos proibiu de comer daquela árvore para nosso próprio bem. Se comermos dela ou a tocarmos, mereceremos a morte."
"Sua boba!" retrucou a serpente. "Esta não é a verdadeira razão. A verdadeira razão é que D’us sabe que tão logo vocês comam do seu fruto, vocês ficarão muito inteligentes, iguais aos anjos. Vocês então conhecerão todos os segredos de D’us!"
Ao contrário das palavras da serpente, D’us preveniu Adão e Eva para não comerem daquela árvore para protegê-los contra o mal. Mas a astuta serpente distorceu tudo, e foi convincente. Eva acreditou em suas palavras.
Olhou para a árvore. Seus frutos pareciam lindos e eram muito perfumados. Como podia ser que comer desta árvore causasse a morte? Talvez a serpente estivesse certa – comendo dos frutos, ela e Adão se tornariam tão sábios quanto os anjos.
A serpente reparou que Eva estava em dúvida como agir. Rapidamente, ela a empurrou para a árvore.
"Veja, você a tocou!" exclamou a serpente. "Aconteceu alguma coisa a você? Assim como você não morreu tocando nela, você não morrerá comendo dela. Ao contrário, você se tornará igual ao próprio D’us." Se você esperar e não comer isso agora, D’us criará outro que mandará em vocês. Olhe, qualquer coisa que for criada depois, mandará no que foi criado antes.
Eva convence Adão também a comer o fruto da árvore proibida e ambos são castigados.

O castigo Divino
Quando eles ouviram a voz de D’us, ficaram muito assustados. D’us perguntou a Adão:
"Adão, você comeu da árvore proibida?"
Ao invés de responder, "Agi errado, e me arrependo sinceramente" Adão respondeu: "Isto foi culpa da mulher que me destes, D’us. Ela me deu dessa fruta. Ela me fez pecar!"
D’us se virou para Eva e disse:
"Como você pôde fazer uma coisa tão terrível? Você trouxe a morte sobre você e Adão!"
"Foi culpa da serpente," chorou Eva. "Ela me contou mentiras e discutiu comigo!"
"Não culpe aos outros ao invés de admitir a própria culpa," disse D’us. "Vocês são culpados e serão castigados. Quanto a você, serpente perversa, cortarei suas pernas para que tenha de rastejar sobre seu corpo. Você comerá pó por toda a vida e carregará veneno em sua boca. Todos os humanos serão seus inimigos. Se eles pecarem, você os morderá. Mas se eles seguirem os Meus mandamentos, eles conseguirão pisar sobre sua cabeça e matá-la."
D’us amaldiçoou a serpente, fazendo os homens serem seus inimigos. Os homens pisarão em sua cabeça para esmagá-la.
D’us castiga Adão e Eva
D’us disse a Eva:
"Se você não tivesse pecado, você e Adão viveriam para sempre. Agora, vocês devem morrer! Além disso, Eva, você sofrerá dores quando der à luz a filhos e será difícil criá-los."
Disse D’us para Adão:
"Por não ter guardado Meu mandamento nem por uma hora, irei castigá-lo. Se não fosse pelo seu pecado, você poderia viver no Gan Eden para sempre. Agora terá de sair. No Gan Eden toda sua comida vinha pronta, agora você terá de semear, plantar, ceifar, colher e preparar seu alimento. Se você for mantido muito ocupado, terá menos tempo para pecar!"
Adão e Eva deixam o Paraíso
D’us conduziu Adão e Eva para fora do Gan Eden. Primeiro, D’us pôs Adão num lugar escuro da Terra chamado Êrets. Não havia luz alguma naquele lugar e Adão estava profundamente assustado. Tudo o que conseguia enxergar era a lâmina de uma espada girando a sua volta, sem parar. Adão fez Teshuvá. Estava arrependido por ter escutado a Eva.
Para se purificar, Adão imergiu nas águas do rio Guishom. D’us teve pena dele o e colocou num lugar melhor, chamado Adamá. Mais tarde, quando o filho de Adão, Shais nasceu, D’us colocou-o em Tevel, o melhor lugar do mundo.

A briga de Caim e Abel
Adão tinha dois filhos, Caim e Abel. Os dois eram diferentes. O filho mais velho, Caim, era orgulhoso e egoísta. Abel, porém, era humilde. Adão disse a seus filhos: "É conveniente que vocês ofereçam um sacrifício a D’us no altar (Mizbêach) que eu construí."
Caim era agricultor e colhia lindas frutas em toda as estações. Mas decidiu guardar as melhores para si. Caim comeu até que ficou satisfeito e então ofereceu para D’us as sobras. Ele nem mesmo ofereceu para D’us as frutas das árvores, mas apenas frutos da terra. O irmão mais novo, Abel, era pastor. Ele matava suas melhore e mais gordas ovelhas e colocava-as no altar.
D’us viu que Abel O honrava com o melhor que tinha, enquanto o orgulhoso Caim trazia um sacrifício miserável. E porque Ele estava satisfeito com o sacrifício de Abel, D’us mandou um fogo do Céu que devorou o sacrifício de Abel e não o de Caim.
Caim ficou com ciúmes e com vergonha, porque D’us aceitou o sacrifício do irmão mais novo e não o seu. D’us viu o embaraço de Caim e falou-lhe, encorajando-o.
"Você pode melhorar se quiser," disse Ele. "Você não trouxe um sacrifício digno, mas pode aprimorar-se no futuro e tornar-se maior do que seu irmão Abel."
Mas, ao invés de fazer Teshuvá, Caim não quis escutar.
Quando Caim e Abel estavam juntos no campo, Caim começou a discutir com o irmão.
"Não é justo," queixou-se ele. "D’us aceitou seu sacrifício e não aceitou o meu."
"D’us é sempre justo," respondeu Abel. "Ele aceitou a minha oferenda porque Ele gostou do modo como o ofereci. Ele recompensa os tsadikim e castiga os resha'im."
"Você está errado," respondeu Caim.
Enquanto continuavam discutindo, Caim ficou irado, ergueu uma pedra e acertou na cabeçade Abel, matando-o.
Como Abel era um tsadic, sua alma voou direto para o Gan Eden e D’us lhe deu as maiores recompensas.
Caim queimou o corpo de Abel; depois, pegou todas as ovelhas do irmão e trouxe-as para sua própria tenda.
D’us perguntou a Caim:
"Onde está teu irmão Abel?"
"Eu guardo os campos", respondeu Caim, "devo guardar também meu irmão para saber onde ele está?"
Caim pensava que D’us sabia apenas o que se passava lá no alto e que não estava a par de tudo o que se passava na Terra. D’us falou:
"Eis que o sangue de seu irmão clama por Mim."
"Como podes saber?", falou Caim.
"Tolo, Eu sei tudo," respondeu D’us, "e vou castigá-lo. De agora em diante, quando você cultivar a terra, ela só produzirá uma pequena quantidade de grãos. Além disso, não poderá viver em paz em um lugar fixo; irá perambular de um país a outro."
Quando Caim ouviu as palavras de D’us, admitiu:
"Realmente, pequei muito. Tenho medo que enquanto perambular pela terra sem abrigo os animais me matarão."
"Vou protegê-lo," assegurou D’us, pondo em sua testa Meu Nome. Quando os animais a virem, ficarão com medo e não o atacarão."
Os descendentes de Caim foram maus; não sobrou nenhum, todos morreram mais tarde no Mabul (Dilúvio).
Adão teve um terceiro filho, Shais, e dele descendeu o justo Noé.

Rabi Israel Báal Shem Tov, de abençoada memória, explica este versículo assim:
"Teu mundo" que Tu pronunciaste "Que haja um firmamento" estas mesmas palavras e letras ficarão para sempre no firmamento dos céus e estão para sempre revestidas nos céus para dar-lhes vida e existência.
Como também está escrito: "A palavra de nosso D'us ficará firme para sempre" e "Suas palavras vivem e ficam firmes para sempre." Pois se estas letras tivessem de partir mesmo por um instante e voltassem à sua origem, todos os céus se tornariam nada, e seria como se não tivessem de todo existido, exatamente como antes do pronunciamento "Que haja um firmamento."
E assim é com todas as coisas criadas, até a mais corpórea e inanimada das substâncias. Se as letras dos "dez pronunciamentos" pelos quais o mundo foi criado durante os seis dias da Criação se separassem dele, mesmo que por um só instante, eles se reverteriam para a mais absoluta nulidade.
O mesmo pensamento foi expresso pelo Ary, de abençoada memória, quando disse que mesmo em matéria completamente inanimada, como terra, pedras e água, há uma alma e uma força vital espiritual - ou seja, as letras das "palavras Divinas" revestidas por elas, que continuamente lhe garantem vida e existência.

A cada dia, muitos bilhões de homens-hora vão abaixo pelo ralo. Se há 6.000.000.000 de seres humanos no mundo, e cada um dorme em média 7,2 horas por noite - bem, faça os cálculos. Para resumir, o tempo que passamos de olhos fechados é provavelmente nosso recurso humano mais desperdiçado.
Por que passamos 25% a 30% da vida dormindo? Talvez esta questão não tenha resposta. Por que dormir? Porque o corpo assim exige. Pois assim fomos construídos fisiologicamente - e precisamos de determinadas horas de descanso a cada dia para funcionar.
Porém, para o compromissado com a Torah não há perguntas sem resposta. Se D'us nos criou de um certo modo, existe um motivo. Se as horas de atividade devem sempre ser precedidas por aquilo que o Talmud chama "a pequena morte", o sono, há uma lição aqui, uma verdade fundamental para a natureza das realizações humanas.
O Rebe explica: Se não dormíssemos, não haveria "amanhã". A vida seria um único e interminável "hoje". Todos os pensamentos e ações seriam uma continuação de pensamentos e ações prévios. Não haveria recomeços em nossa vida, pois o próprio conceito de "um novo começo" nos seria incompreensível.
Dormir significa que temos a capacidade não apenas de melhorar, como também de transcender a nós mesmos. Abrir um novo capítulo na vida que não seja pré-fixado, nem uma conseqüência do que fomos ou fizemos até agora. Libertar-nos das amarras do ontem e construir um novo e recém-criado "eu".
Rabi Yisrael Báal Shem Tov ensinou que D'us cria o mundo novamente a cada novo milissegundo do tempo. Se somos Seus "parceiros na Criação" (como o Talmud afirma que somos), deveríamos ser capazes de fazer o mesmo - pelo menos uma vez ao dia.
Amanhã quando você acordar, recomece e faça deste ano um tempo novo - como jamais existiu.

Todo ser humano na face da terra é descendente de um homem. A Bíblia assim o diz, e até existe alguma evidência genética para apoiar esta afirmação. Porém o que mais preocupava os Sábios do Talmud sobre este fenômeno era: o que isso significa? Qual sua relevância prática para o modo como levamos nossa vida?
O Talmud oferece diversos pontos de vista. O primeiro, e mais óbvio, é a lição que todo e qualquer indivíduo tem igual valor: "todo homem foi criado igual" não é apenas uma convicção, mas um fato. Como declara o Talmud: "Nenhum homem pode dizer a seu próximo: 'Meu ancestral era mais importante que o seu.'"
O segundo fala do valor da vida. "Aquele que destrói uma única vida, é como se destruísse o mundo inteiro; e aquele que preserva uma única vida, é como se preservasse o mundo inteiro."
Em terceiro lugar, vem uma reflexão sobre a singularidade do Criador. Em quarto, há uma demonstração da infinita diversidade latente naquela singularidade (todo ser humano é descendente de uma pessoa, porém não existem duas pessoas exatamente iguais!).
Finalmente, há uma profunda lição no poder do indivíduo. Nas palavras do Talmud, "Todo homem é obrigado a dizer: Por minha causa o mundo foi criado." Como declara a Torá, D'us passou seis dias fazendo um universo, criando o físico e o espiritual, tempo e espaço, matéria e energia, água e terra, estrelas e árvores e animais - e então criou um único ser humano (subseqüentemente dividido em metades, masculina e feminina) e disse a ele/ela: "Tudo isso é para te servir."
Aquele homem - chamado Adam, "homem" - é todo homem. Um plano finito tem apenas um centro; em um plano infinito, cada ponto é seu centro. Neste mundo de infinito potencial que D'us criou, todo e cada um de nós é o próprio centro: o foco de Sua criação, a força que o leva à realização.
Todos nós acabamos de testemunhar, com tremenda clareza, o poder do indivíduo. Como uma única pessoa, armada somente com pouco mais que profunda determinação, pode destruir as vidas de milhares de outros, e provocar o caos nas vidas de milhões. Mas a Torá nos assegura que o poder de fazer o bem é infinitamente maior.
Todo homem é obrigado a dizer: "Por minha causa o mundo foi criado."

Pensando na Madeira
"Certo dia, após as preces de Rosh Hashaná, Rabi Schneur Zalman de Liadi perguntou ao filho, Rabi Dovber:
"Sobre o que pensa durante suas preces?"
Rabi Dovber replicou que havia contemplado o significado da passagem: "e cada estatura se curvará perante Ti" - como os mundos mais elevados e supernaturais e criações espirituais negam a si mesmos perante a infinita majestade de D'us.
"E o senhor, pai," perguntou então Rabi Dovber, "com qual pensamento rezou?"
Replicou Rabi Schneur Zalman: "Contemplei a mesa à qual estava."

Respiração boca-a-boca chassídica
"E Ele soprou um espírito de vida em suas narinas."
Em 5532, Rabi Schneur Zalman de Liadi fundou o Chassidismo Chabad. Chabad é uma visão toda abrangente do mundo e um modo de vida no qual o intelecto desempenha um papel chave no serviço do homem a seu Criador. A mente é treinada para exercer sua soberania inata sobre o pequeno mundo que é o homem: usando seu intelecto para compreender e relacionar-se com a realidade de D'us, uma pessoa desenvolve sentimentos de amor e reverência, refina o caráter, e aperfeiçoa seu comportamento.
O bar-mitsvá do filho mais velho de Rabi Schneur Zalman, Rabi Dovber, foi numa quinta-feira, 9 de Kislêv de 5547 (30 de novembro de 1786). Muitos convidados foram a Liozna para a ocasião, e a festiva reunião chassídica (farbrenguen) durou por uma semana.
Um grupo de chassidim no farbrenguen estava discutindo a era de Mashiach, e a prometida
ressurreição dos mortos, quando um deles observou:
"Nosso Rebe revive os mortos. O que é um cadáver? Algo frio e sem sentimentos. Vida é movimento, calor, entusiasmo. Existe algo mais gelado que o auto-interesse, mais frio e insensível que a mente? E quando a mente de sangue-frio entende e apreende, e se entusiasma por uma idéia Divina, isto não é a ressurreição dos mortos?"

Tem álguem em casa
Versículo 3: 9
"D'us chamou o homem e disse-lhe: 'Onde está você...?' "
Em 5559, Rabi Schneur Zalman de Liadi foi encarcerado, sob a alegação de que seus ensinamentos minavam a autoridade imperial do czar. Por 52 dias, ficou detido na Fortaleza de Pedro e Paulo em Petersburgo.
Entre os interrogadores do Rebe estava um ministro do governo que possuía grande conhecimento da Bíblia e dos estudos judaicos. Em uma ocasião, pediu ao Rebe que explicasse o versículo:
"D'us chamou o homem e lhe disse: 'Onde está você?' " Por acaso D'us não sabia onde Adam estava?
Rabi Schneur Zalman apresentou à classe a conhecida explicação oferecida pelos comentaristas: a pergunta: "onde está você?" era apenas um meio de iniciar a conversa por parte de D'us, que não queria deixar Adam nervoso, confrontando-o de imediato com seu erro.
"Aquilo que Rashi diz, eu já conheço," disse o ministro. "Desejo ouvir agora como o Rebe interpreta este versículo."
"Acredita que a Torá é eterna?" perguntou o Rebe. "Que cada palavra sua aplica-se a cada indivíduo, sob todas as circunstâncias, em todas as épocas?"
"Sim," replicou o ministro.
Rabi Schneur Zalman ficou extremamente gratificado ao ouvir a resposta. O ministro do czar havia afirmado um princípio que está na base dos ensinamentos do Rabi Israel Báal Shem Tov - os mesmos ensinamentos e ideologia pelos quais ele estava enfrentando julgamento!
"Onde está você?" explicou o Rebe - "é o perpétuo chamado de D'us a todo homem. Onde está você neste mundo? O que tem feito? Você recebeu um determinado número de dias, horas e minutos nos quais deve cumprir sua missão na vida. Já viveu por tantos anos e tantos dias," - Rabi Schneur Zalman disse a idade exata do ministro - "e onde está você? O que fez?

Versículo 1:3
"Que haja luz"
Que é um chassid?
Quando Rabi Sholom Dovber de Lubavitch passava algum tempo numa clínica de repouso em Wirtzburg, Alemanha, em 5667, um grupo de chassidim foi passar um Shabat com seu Rebe. Entre eles estava Reb Yossef Yuzik Horowitz, seu genro Rebe Feivel Zalmanov e Rebe Elimelech Stoptzer.
O Rebe rezou por muitas horas naquela manhã de Shabat, como era seu hábito. Enquanto isso, os chassidim fizeram kidush e realizaram um número respeitável de l'chaim. Mais tarde, quando o Rebe havia terminado e eles se sentaram para fazer-lhe companhia na refeição de Shabat, Reb Yossef Yuzik perguntou:
"Rebe, o que é um chassid?"
Replicou o Rebe: "Um chassid é um acendedor de lampiões. O acendedor de lampiões anda pelas ruas carregando uma tocha no fim de um bastão. Ele sabe que a chama não lhe pertence. E vai de poste em poste para acendê-los."
Perguntou Reb Yossef Yuzik: "E se o lampião está no deserto?"
"Então a pessoa deve ir e acendê-lo," disse o Rebe. "E quando alguém acende uma lamparina no deserto, a desolação do deserto torna-se visível. O deserto estéril ficará então envergonhado perante a lâmpada ardente."
Continuou o chassid: "E se a lamparina estiver no mar?"
"Então a pessoa deve se despir, mergulhar no oceano, e ir acender a lamparina."
"E isto é um chassid?" perguntou Yossef Yuzik.
O Rebe pensou por um longo tempo. Disse então: "Sim, isto é um chassid."
"Mas Rebe, não vejo as lamparinas!"
Respondeu o Rebe: "Porque você não é um acendedor de lampiões."
"Como posso me tornar um acendedor de lampiões?"
"Primeiro, deve rejeitar o mal que existe dentro de você. Comece consigo mesmo. Purifique-se, refine-se e verá a lamparina dentro de seu próximo. Quando a pessoa é impura, D'us não o permita, vê impureza; quando a própria pessoa é refinada, enxerga a perfeição nos outros."
Reb Yossef Yuzik perguntou então: "Deve-se agarrar o outro pela garganta?"
Replicou o Rebe: "Pela garganta, não; mas pelo colarinho, sim."


TANAH
Josué: A Conquista da Terra Prometida
Após a morte de Moisés, Josué foi encarregado com o trabalho de guiar os israelitas na próxima fase do desenvolvimento da nação. Sob sua liderança, o povo tomou posse da terra de Canaã e, desta maneira, Deus cumpriu mais uma parte da promessa feita a Abraão (Gênesis 12:3). A grande nação constituída na saída do Egito recebeu a herança prometida.
O homem destacado no livro de Josué servira como auxiliar de Moisés durante a jornada do povo no deserto e se destacou como guerreiro valente e homem de fé. Josué e Calebe foram os únicos dois dos doze homens enviados numa missão de reconhecimento que acreditavam na promessa de Deus, e foram os únicos daquela geração admitidos à terra.

Na leitura de Josué seguimos a história da conquista da terra de Canaã:
Capítulos 1 a 5 relatam o início do trabalho de Josué como líder e a entrada do povo na terra prometida. Quando chegaram a Canaã, os homens nascidos no deserto foram circuncidados, uma condição da posse da terra, e o povo celebrou a Páscoa, comemorando sua libertação do poder dos egípcios exatamente 40 anos antes.
Capítulo 6 registra a vitória dos israelitas sobre Jericó, uma cidade bem fortificada perto do rio Jordão. Esta primeira batalha na terra foi importante para mostrar ao povo o poder do Senhor e sua fidelidade em cumprir as promessas feitas a eles e aos seus antepassados.
Capítulos 7 a 12 falam da conquista do país, começando com o sul, passando para o norte e, depois, apresentando um resumo da campanha da conquista, incluindo as terras conquistadas na Transjordânia antes da morte de Moisés.
Capítulos 13 a 22 registram a divisão da terra entre as tribos de Israel, destacando o estabelecimento das cidades dos levitas e, entre elas, as cidades de refúgio.
Capítulos 23 e 24 encerram a história de Josué com seu resumo da história da fidelidade de Deus e os desafios finais apresentados ao povo antes da morte deste grande líder.
Há muitas lições importantes em Josué. Destacamos estas:

– Seja forte e corajoso. O primeiro capítulo nos impressiona com o refrão que chama Josué a ser forte e corajoso, sempre confiando no Senhor que prometeu acompanhá-lo: “Tão-somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares. Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido” (Josué 1:7-8).

– Graça e fé. No relato da conquista de Jericó encontramos um excelente exemplo da necessidade da graça de Deus junto com a fé do homem: Deus deu, e o povo tomou. A graça divina é destacada nestas palavras: “Então, disse o SENHOR a Josué: Olha, entreguei na tua mão Jericó, o seu rei e os seus valentes” (Josué 6:2). Mais tarde, percebemos a importância da fé obediente do homem para receber a promessa (Josué 6:20).
– Escolha seu senhor. O apelo final de Josué chamou o povo para servir ao Senhor e nunca voltar aos ídolos impotentes que seus antepassados serviam: “Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Josué 24:15).
Hoje, precisamos ser fortes e corajosos, determinados a servir ao único e verdadeiro Senhor.Único Deus

613 preceitos da Torá
A soma total dos preceitos que nos foram ordenados por D'us, conforme consta na Torá, é de seiscentos e treze. Deles, duzentos e quarenta e oito são preceitos positivos e trezentos e sessenta e cinco são preceitos proibitivos.
O Talmud diz que os duzentos e quarenta e oito preceitos positivos correspondem ao número de membros do corpo humano, isto é, como se cada membro dissesse à pessoa: "Cumpra um preceito comigo"; e os trezentos e sessenta e cinco preceitos proibitivos correspondem ao número de dias no ano solar, que é como se cada dia dissesse à pessoa "Não cometa uma transgressão hoje".

Os 613 mandamentos ou 613 mitzvot (do hebraico:תרי"ג מצוות ou Taryag mitzvotsendo TaRYaG um acrônimo do valor numérico "613") é o nome dado ao conjunto de todos os mandamentos que, constam na Torá (os cinco livros de Moisés).De uma forma geral, a expressão "A Lei de Moisés" (em hebraicoTorat Moshé תורת משה) também é utilizada em referência ao corpo legal do monoteísmo.
Apesar de que houve muitas tentativas de codificar e enumerar os mandamentos contidos na Torá, a visão tradicional é baseada na enumeração de Maimônides. De acordo com essa tradição, estes 613 mandamentos estão divididos em "mandamentos positivos", no sentido de realizar determinadas ações (mitzvot assê, mandamentos do tipo "faça!", obrigações e "mandamentos negativos", na qual se deve abster de certas ações (mitzvot ló taassê, mandamentos do tipo "não faça!", proibições . Existem 365 mandamentos negativos, correspondendo ao número de dias no ano solar, que é como se cada dia dissesse à pessoa "Não cometa uma transgressão hoje";1 e 248 mandamentos positivos, relacionado ao número de ossosou órgãos importantes no corpo humano, isto é, como se cada membro dissesse à pessoa: "Cumpra um preceito comigo". Apesar de que o número 613 é mencionado no Talmud, sua significância real cresceu na literatura rabínica medieval tardia, incluindo muitos trabalhos listados ou arranjados pelas mitzvot.
Três dos mandamentos negativos envolvem yehareg ve'al ya'avor, o que significa que "uma pessoa deve se deixar ser morta ao invés de violar este mandamento negativo", são eles o assassinato, idolatria e relações proibidas.
Muitas das mitzvot não podem ser observadas a partir da destruição do Segundo Templo (70 E.C.), apesar que elas ainda mantém grande significância. De acordo com um entendimento padrão, há 77 mandamentos negativos e 194 positivos que podem ser observados hoje. Há 26 mandamentos que se aplicam somente dentro da Terra de Israel. Além disso, existem alguns mandamentos baseados em tempo das quais a mulher está isenta (exemplos incluem shofar, sucá, lulav, tzitzit etefilin. Alguns dependem de um status especial da pessoa no judaísmo (como cohanim), enquanto outros se aplicam apenas aos homens e outros apenas às mulheres.

Significado dos 613
De acordo com o Talmud, um verso bíblico afirma que Moisés transmitiu a "Torá" de Deus para o povo compromissado com a Torah: "Moisés nos mandou a Torá como uma herança para a comunidade de Jacó".7
O Talmud relata que o valor numérico hebraico (guematria) da palavra "Torá" é 611, e combinando os 611 mandamentos de Moisés com os dois recebidos diretamente de Deus somam 613. Os dois mandamentos que Deus entregou diretamente aos compromissados com a Torah foram os dois primeiros dos Dez Mandamentos: isso pode ser visto a partir do fato destes estarem escritos na primeira pessoa. O Talmud atribui o número 613 ao Rabino Simlai, mas outros sábios clássicos que sustentam essa visão incluem o Rabino Shimon ben Azai e o Rabino Eleazar ben Yossi, o Galileu. Isso é citado nos Midrashim Shemot Rabá, Bamidbar Rabá e o Talmud Babilônico.
Muitos filosófos e místicos hebreus (como o Baal HaTurim, o Maharal de Praga e líderes do judaísmo hassídico) encontram alusões e cálculos inspirados na relação com o número de mandamentos.
Os tzitziot ("franjas com nós") do talit ("xale [de orações]") estão conectadas aos 613 mandamentos por interpretação: o principal comentarista da Torá, Rashi, baseia o número de nós em uma guematria: a palavra tzitzit (hebraico: ציצת (bíblico), ציצית, como soletrado na Mishná) tem o valor 600. Cada nó tem oito fios (quando dobrados) e cinco jogos de nós, totalizando 13. A soma de todos os números é 613. Isso reflete o conceito de que a utilização de uma vestimenta com tzitzit lembra seu usuário de todos os mandamentos da Torá.
Obras que enumeram os mandamentos
Não existe uma única lista definitiva que expõe os 613 mandamentos. As listas diferem, por exemplo, em como elas interpretam as passagens na Torá que podem ser lidas como lidando com diversos casos sob uma única lei ou diversas leis separadas. Outros "mandamentos" na Torá são restritos como atos de uma única vez, e seriam consideradas como "mitzvot" que devam ser cumpridas por outras pessoas. Na literatura rabínica, os Rishonim e estudiosos mais tardios compuseram obras para articular e justificar sua enumeração dos mandamentos:
- Sefer haMitzvot ("Livro dos Mandamentos") pelo Rabino Saadia Gaon
- Sefer haMitzvot ("Livro dos Mandamentos") por Rambam
- Sefer haChinuch ("Livro da Educação")
- Sefer haMitzvot haGadol ou SMaG ("Grande Livro de Mandamentos") pelo Rabino Moisés ben Jacó de Coucy
- Sefer haMitzvot haKatan ou SMaK ("Pequeno Livro de Mandamentos") pelo Rabino Isaac de Corbeil
- Sefer Yere'im ("Livro dos Tementes [a Deus]") pelo Rabino Eliezer de Metz
- Sefer haMitzvot pelo Rabino Israel Meir Kagan (o "Chafetz Chaim")

Talmud
Lei Oral
*Mishná >>função de ensinar
>>>Baraita >>material que vem de fora, que erasomado com o conteúdo que ja existia na torah
*Guemará>>cód. das lei rabinicas
