Corredor da Morte

01/05/2014 22:18
 
Embora a porção desta semana trate principalmente de leis complexas e intricadas, no final a Torá volta à narrativa e conta a história de um homem que blasfemou o nome de D’us no acampamento de Israel. Na época deste incidente, D’us não havia ainda informado Moshê sobre como o sistema judiciário trataria deste caso. Neste ínterim, Moshê colocou o ofensor em confinamento (Vayicrá 24:12). Rashi revela que este homem não era o único na prisão naquele momento. Estava também encarcerado um homem chamado Tzlaphchad que havia profanado deliberadamente o Shabat e fora aprisionado por sua ação pecaminosa enquanto aguardava a pena de morte  (Bamidbar 15:32).


Entretanto, quando Moshê encarcerou o blasfemador até que sua punição fosse decidida, colocou-o em uma cela separada de Tzaphchad. 

Por que os dois prisioneiros foram colocados em celas diferentes? O carcereiro temia uma rebelião?

O Sisfei Chachamim explica que se o blasfemador tivesse sido colocado junto com o profanador do Shabat, aquele que amaldiçoou D’us teria automaticamente presumido que sua pena também era a morte, um ditame que ainda não era certo. Isso teria sem sombra de dúvida colocado um grau excessivo de angústia sobre o indivíduo. Embora ele tivesse cometido um crime sério, não havia razão para causar-lhe sofrimento desnecessário. 

Portanto, foi colocado em uma cela separada.

Esta história não é apenas interessante, como nos transmite uma poderosa mensagem a todos. Se somos instados a nos preocupar com os sentimentos de um provável detento no corredor da morte, muito mais devemos levar em consideração os sentimentos de nossos amigos, família e colegas. Este episódio exemplifica como devemos concentrar nossos esforços em manter a dignidade humana de nosso próximo, e não causar-lhe dor desnecessária. Na rápida dança da vida, devemos sempre ser cuidadosos para não pisar nos pés de outra pessoa.

 
por Benyamin Cohen