Guia para o Pêssah

15/04/2014 23:19

 
 
 
 
 
 
Preparativos antes de Pêssach
 
 
 
 
 
 
 
  Lista de produtos casher para Pêssach do BKA
 
 
 
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  Pêssachshi Sheni
   
 
 

 

 
                       O que é chamêts    

Antes de começarmos a falar de Pêssach, é fundamental saber o que é um alimento denominado "Chamêts", já que durante os oito dias da festa, a lei judaica proíbe seu consumo ou possessão.

Chamêts é qualquer comida ou bebida feita à base de trigo, centeio, cevada, aveia ou espelta, ou de seus derivados, mesmo que em quantidade mínima, que é fermentado. A única exceção é a matsá, que é o pão não fermentado, pois foram tomadas precauções especiais para assá-la. Entretanto, mesmo matsot para as quais não foram tomados cuidados estritamente minuciosos (para evitar o início do processo de fermentação) serão consideradas chamêts.

Alimentos que durante o ano inteiro foram verificados, e se enquadram dentro das rigorosas leis da dieta judaica, cashrut, não são necessariamente também permitidos para Pêssach. Requerem preparação especial e só podem ser consumidos durante os oito dias da festa se contiverem em sua embalagem o selo "Casher para Pêssach" emitido por um rabino ortodoxo.

     
 
        O que não é chamêts    
  • Carne, aves, peixe
  • Todas as frutas
  • Todos os vegetais. (O costume entre os Ashkenazim é não comer feijões, ervilhas, arroz, milho e sementes em Pêssach, embora o seja permitido entre os Sefaradim.)
  • Produtos lácteos com apropriada supervisão Casher para Pêssach.
  • Todos os alimentos embalados que tenham supervisão rabínica ortodoxa que seja válida para Pêssach.
     
 
               

Uma busca formal por chamêts deve ocorrer este ano, 2014, domingo, 13 de abril. A busca do chamêts é feita à luz de uma vela. Os membros da família percorrem aposento por aposento, onde quer que algum alimento possa ter sido "esquecido".

É um costume cabalístico colocar dez pedaços de pão bem embrulhados (para que não caia nenhum farelo) e espalhados pelos diversos ambientes, para serem achados e coletados durante a busca geral de chamêts. As crianças curtem muito este momento, percorrendo os quartos, sala e cozinha munidos com uma pena que serve para "varrer" o chamêts. Antes de procurar, a seguinte bênção é recitada:

"Baruch Atá A-do-nai E-lo-hê-nu Mêlech Haolám, Asher

Kideshánu Bemitsvotav Vetzivánu Al Biur Chamêts."

"Bendito és Tu, Senhor nosso D'us, Rei do Universo que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou remover o chamêts."

Ao concluir a busca e após ter-se recolhido qualquer chamêts que por acaso tenha sido encontrado, a seguinte declaração de anulação deve ser pronunciada:

"Todo fermento ou qualquer produto fermentado em meu poder que não vi ou removi, e de que não tenho consciência, seja considerado sem valor e sem dono como o pó da terra."

O chamêts encontrado durante a busca deve então ser embrulhado e colocado de lado, para ser queimado na manhã seguinte na sinagoga juntamente com o chamêts de outros membros de sua comunidade e que passaram pelo mesmo procedimento.

A lei proíbe o uso de qualquer chamêts que permaneça em propriedade judia durante Pêssach, mesmo após o fim do feriado. A não ser que tenha sido transferido para um não-judeu. Tal transferência de chamêts, por meios legais, deve ter um contrato na forma da lei, que dê ao não-judeu posse total de todos os alimentos chamêts.

Os detalhes legais que envolvem esta transferência de propriedade são muitos, e apenas um rabino deve ser encarregado da sua execução.

Para evitar chamêts em seu poder durante Pêssach, preencha o formulário "Procuração para a Venda de Chamêts" e envie-o em tempo hábil para que chegue nas mãos do rabino pelo menos dois dias antes de Pêssach.

   
 
     Procuração para a venda de chamêts   

O judeu que detém chamêts (levedura ou fermento) em seu poder durante Pêssach (em 2014, de14/4 a partir das 10h08 até o anoitecer de 22/4), age contra a Lei Judaica e nunca poderá usufruir de tais produtos ou consumi-los, mesmo após Pêssach. Portanto, é dever de cada um vender todo o chamêts – que não for possível eliminar antes de Pêssach – a um não-judeu. Esta transação legal é muito complexa e deve ser efetuada somente por uma autoridade rabínica competente. Abaixo, à sua disposição, um formulário a ser preenchido para a venda do chamêts. 
Envie-o em tempo hábil para que chegue a nossas mãos antes de Pêssach (até 13/4). Não nos responsabilizamos por formulários recebidos após esta data. Se enviá-lo por e-mail chabad@chabad.org.br ou por fax (11) 3060-9778, mande também o original pelo correio, mesmo que chegue após a data limite. 

A procuração deve ser devidamente preenchida, assinada e endereçada ao Rabino Shamai 
Ende – Beit Chabad Central – Rua Melo Alves, 580 – S. Paulo, SP – 01417-010. Quem mora 
em lugar com fuso horário diferente do de S. Paulo (ou que passará Pêssach em tal local) deve 
enviar uma procuração para a venda de chamêts para um Rabino local.

Delegação de Poderes para a Venda de Chamêts

Saibam todos que eu, __________________________________________________________, 
abaixo assinado, confiro os mais amplos, gerais e ilimitados poderes ao Rabino Shamai Ende para, agindo em meu lugar e em meu nome, dispensando expressamente a presença e a assinatura de testemunhas instrumentais a este ato, poder vender todo o chamêts (fermento e levedura) que possua, quer aquele que tenha conhecimento ou desconheça, conforme definido pela Torá e pela Lei Rabínica (i.e., exemplificadamente chamêts, ou seja, fermento e levedura; possível chamêts, e todos os tipos de mistura ou composição de chamêts; também o chamêts que tende a aderir a superfícies internas de panelas, caçarolas, utensílios de cozinha e outros, bem como todas as espécies de animais vivos que tenham comido chamêts ou misturas dele). Outrossim, para alugar todos os pontos em que o chamêts de minha propriedade possa ser encontrado, seja em casa, no meu escritório, loja ou fábrica ou em outros locais. 
Ao Rabino Shamai Ende é concedido pleno direito de vender ou alugar através de transações 
conforme julgar conveniente e apropriado e pelo tempo que considerar necessário, de conformidade com os requerimentos da Lei Judaica, conforme incorporados no contrato genérico de autorização para a venda do chamêts. Tal instrumento geral de autorização torna-se parte integrante do manifesto acordo. Também, pela presente, dou ao mencionado Rabino Shamai Ende pleno poder e autoridade para indicar um substituto em seu lugar, recebendo posse para vender ou alugar conforme previsto nesta, do que dou fé. A procuração supra é feita em conformidade com as leis e regulamentos da Torá, Rabínicos e também em concordância com as leis e regulamentos vigentes no país. E, para estes fins, eu, através desta, aponho minha assinatura antes da véspera de Pêssach do ano 5774.

Assinatura(s)______________________________________________________________

Nome(s)__________________________________________________________________

Endereço_________________________________________________________________

Cidade__________________________________Estado______CEP__________________

 

Caso possuam chamêts em outros endereços, enumere-os no verso ou em folha anexa.

   
 
           

A partir das 10h08, não pode mais ser ingerido chamêts .

Este ano, 2014, a queima do chamêts deverá ser realizada até às 11h05 de segunda-feira, dia 14 de abril.

Não se deve ingerir nenhuma matsá, vinho ou nada que será usado durante o sêder, antes do mesmo ser realizado.

Qualquer chamêts remanescente sem vender deve ser queimado. Informar-se com a sua sinagoga sobre o horário quando o chamêts será queimado. Após o chamêts ser jogado ao fogo, a seguinte declaração é pronunciada:

"Todo fermento ou qualquer produto fermentado que esteja em meu poder, que eu tenha visto ou não, que tenha observado ou não, que tenha removido ou não, seja considerado sem valor e sem dono, como o pó da terra."

        O significado do Chamêts    

Os judeus estão terminantemente proibidos de ingerir quaisquer alimentos fermentados em Pêssach. O pão é substituído pela matsá – pães chatos feitos apenas de farinha e água. Judeus de todo o mundo tomam um cuidado especial para não comer nem mesmo a mais ínfima partícula de chamêts. 

A característica da massa fermentada (chamêts) é que cresce e incha, simbolizando orgulho e ostentação. Por outro lado, a matsá é fina e plana, sugerindo submissão e humildade. Pêssach nos ensina que chamêts – arrogância – é a própria antítese do ideal da Torá.

Quando um homem arrogante é confrontado com a obrigação de cumprir uma mitsvá que demande uma dose de auto-sacrifício (por exemplo, caridade, que envolve compartilhar suas posses com os menos afortunados), ele evita cumprir sua obrigação. Argumenta: "Na verdade tenho o direito a ter mais do que possuo atualmente, portanto, por que deveria doar parte disso?"

Além do mais, o egoísmo da pessoa arrogante priva-a de sua capacidade de discernir o valor de seu próximo e ele conclui presunçosamente que o outro está bem abaixo de seu nível. Segundo esta lógica, a causa da pobreza do próximo é prontamente entendida: "Aquele mendigo certamente não merece nada melhor!" "Ora" – pensa consigo mesmo – "se D’us considera correto que este homem seja pobre, por que deveria eu interferir e ajudá-lo?"

Tal raciocínio egoísta leva a pessoa orgulhosa a praticar mais e mais o mal. Então, jamais perceberá a maldade de suas ações e se arrependerá delas. Pois mesmo quando é obrigado a concordar que seus atos são impróprios, encontra várias justificativas "além de seu controle" que prevalecem sobre ele para agir da maneira que o fez. 

Além disso, mesmo quando não pode encontrar nenhuma desculpa para satisfazer sua consciência, não obstante, "o amor próprio encobre todas as transgressões." Ele pode ser um rancoroso malfeitor que não consegue inventar, mesmo no auge de sua imaginação, qualquer linha de raciocínio para justificar seu comportamento, pois o amor próprio cega seus olhos e encobre sua atitude.

O homem humilde, por outro lado, toma a atitude exatamente oposta, seja com respeito ao cumprimento de mitsvot, seja quanto a seu arrependimento de atos incorretos no passado.
Usando a mitsvá de tsedacá (justiça) uma vez mais como exemplo: o homem humilde compara-se com seu próximo judeu à luz adequada. Pensa consigo mesmo: "Sou realmente melhor do que ele? Mereço melhor sorte?" Esta análise, feita objetivamente, leva-o a simpatizar com o próximo e a prestar-lhe ajuda.

Além disso, quando a pessoa despretensiosa age erradamente, não tenta justificar seu comportamento incorreto. Pelo contrário, sua sincera auto-análise o estimula a fazer teshuvá, a arrepender-se honestamente de suas ações inadequadas.

A cada ano, em Pêssach, somos ordenados pela Torá a livrarmo-nos de todos os traços de chamêts. Devemos procurar descartar cada partícula do "chamêts espiritual" – a arrogância – para que sejamos capazes de perceber claramente nossas próprias falhas e as boas qualidades de nosso próximo.

     
 
        Receita para o sucesso por Rabi Shlomo Freundlich  

O Talmud (Tratado Berachot 17a) relata que o grande sábio Rabi Alexander acrescentava a suas preces diárias as seguintes palavras de súplica: "Mestre do mundo, está claramente revelado a Ti que nosso desejo é concordar com a vontade Divina. Entretanto, é o fermento na massa que nos impede de fazê-lo." 

Nossos sábios usam de forma críptica a metáfora de "fermento na massa" para caracterizar a má inclinação dentro de nós. Que quer dizer este conceito de chamêts que nos impede de encontrar a espiritualidade?

Rabi Chaim Friedlander explica que a fermentação da massa é basicamente um processo natural. Adicionar fermento ou outros agentes de levedura simplesmente apressa a transformação química. Quando farinha e água são misturadas e uma determinada quantidade de tempo passa naturalmente, uma alteração química ocorrerá, tornando a mistura chamêts. O processo de fermentação foi colocado em movimento simplesmente permitindo-se que a natureza seguisse seu curso nesta mistura. Por outro lado, a matsá, embora seja composta de ingredientes idênticos, é produzida por intervenção humana. É um processo apressado, que atinge seu objetivo através de manipulação cuidadosa e estritamente supervisionada dos ingredientes, dentro de um período de tempo específico. Nossa iniciativa e criatividade, não o decorrer natural do tempo, produz o resultado desejado.

Chamêts, portanto, é simbólico de teva, natureza. A noção de que a natureza governa nossa existência e nos impele vida afora é antiética a um judeu de Torá. Ao contrário, a matsá sugere uma força Divina acima e além do curso natural dos eventos que subjugam a natureza à sua vontade, e produz um resultado desejado para facilitar o plano Divino para o homem. 
O Zohar relata que, quando o povo judeu deixou o Egito, confundiu-se quanto a determinados pontos da fé. Hashem exclamou que eles deveriam tomar seu remédio e sua incerteza espiritual desapareceria. A medicina era a matsá, e ao comê-la os Filhos de Israel ficaram curados de sua moléstia espiritual. 

Ao comer matsá no sêder deste Pêssach, ao invés de se concentrar em quão pesada e dura é, por que não prestar atenção na mensagem da matsá que insiste para reafirmarmos que Hashem dirige todos os eventos da vida, e que nossas ações têm impacto na maneira como Ele se relaciona conosco. A natureza não determina nosso destino – isso é feito por nosso comprometimento com a Torá e as mitsvot.

   
 
    
 
 
 
 

 
Limpando
 
 
 

a casa

Na maioria dos lares judaicos, os preparativos para Pêssach iniciam-se logo após a festa de Purim, em torno de um mês antes de Pêssach. O objetivo de tamanha antecedência é o cuidado minucioso que deve ser atribuído a cada um para eliminar totalmente o chamêts de sua propriedade, seja ela sua casa, escritório, automóvel, etc.

Para eliminar todo o chamêts, alguns cuidados são tomados. A limpeza é planejada para que todos os aposentos sejam muito bem limpos.

o escritório, carro, etc.

Além de toda a casa, os seguintes lugares devem ser conferidos para assegurar-se que estão livres de chamêts: escritório, carro, bolsos das roupas (especialmente de crianças) livros de bolso, bainhas de calças, punhos de roupas, além do aspirador de pó (o saco descartável deve ser removido e a caixa limpa, caso seja saco não descartável, o mesmo deve ser lavado).

Alimentos para animais de estimação geralmente contêm chamêts. Consulte um rabino para saber como proceder

Dicas úteis para Tirar Manchas

Graxa
Esfregar um pedaço de sabão branco (coco)

Gordura
Comece tirando o excesso com a toalha de papel absorvente e, quando estiver sequinho, coloque talco por cima da mancha e deixe por 15 minutos no local. Depois passé uma escova para tirar o excesso. Repita se necessário e depois lavar normalmente a roupa

Sangue
Passar água oxigenada (a de 10 volumes). Sai na hora!

Vinho ou Café
Passar uma pedra de gelo no local e a mancha desaparecerá.

Vinho tinto
Seque com um pano e depois derrame vinho branco até que a mancha desapareça.

Chiclete
Coloque a peça em um saco plástico e deixe no freezer por uma hora. Com isso o chiclete fica congelado endurecendo e fica feacil de tirá-lo, mesmo se tiver que quebrá-lo aos pedaços. Depois, 
lave normalmente.

Batom e caneta esferográfica
Mergulhe a parte afetada em um balde com água fria. Em seguida pegue um sabonete branco e passé no local, esfregando logo em seguida. Enxague e repita a operação se necessário.

Molho de tomate
Mergulhe a parte afetada em um balde com água fria. Lavando apenas o local manchado com um detergente de louças incolor usando uma escova branca, pequena e limpa própria para lavar roupas.

Tinta em roupa de couro
Passar bicarbonato de sódio e esfregar com um pano macio e seco.

   

 

 
   
  Como preparar a cozinha
 
 
 

FOGÃO

Se possível, devem ser trocadas as grelhas. Caso contrário, devem ser aquecidas até ficarem incandescentes. A mesa do fogão deve ser limpa e casherizada posteriormente derramando sobre ela água fervente e passando uma pedra ou ferro em brasa para que a água continue fervendo. Após este procedimento, sugere-se cobrir a mesa do fogão com folha de alumínio. Se a mesa for esmaltada, deve ser bem limpa e depois coberta com uma folha de alumínio grossa ou chapa. As bocas devem ser bem limpas e depois o fogo é aceso no máximo para eliminar resíduos de chamêts. Os botões do gás devem ser retirados e limpos (há quem costume cobri-los com contact ou folha de alumínio).

FOGÃO ELÉTRICO

Deve ser aceso no máximo até a chapa avermelhar. Sobre a mesa restante joga-se água fervendo, passando na água uma pedra ou ferro incandescente.

FORNO

As grades devem ser aquecidas até ficarem incandescentes. O forno deve ser bem limpo com um produto especial que remova toda a gordura. Em seguida, deve ser aquecido na temperatura máxima durante duas horas. Se possível, as paredes internas devem ser revestidas, bem como o teto, o chão, a parede interna da porta com folhas de alumínio grossa.

FORNO AUTOLIMPANTE

Há dois tipos de autolimpante: aquele que chega até cerca de 500ºC se casheriza automaticamente, ao ser limpo na temperatura máxima até o final do ciclo. Porém, o forno que não chega a esta temperatura deve seguir a limpeza do forno normal.

FORNO DE MICROONDAS

Deve ser limpo internamente com produto de limpeza e ficar 24 horas sem uso. Em seguida, coloca-se um recipiente não usado nas últimas 24 horas com água limpa, deixando o forno ligado até formar bastante vapor. Se possível, este processo deve ser feito três vezes, enchendo o recipiente sempre com água fria. Depois disso, o interior deve ser limpo. Se possível, deve ser trocado o prato de vidro ou coberto com isopor ou plástico grosso. De preferência, ao usar este forno para cozinhar, é prudente cobrir por completo os alimentos.

PIA

Cubas de porcelana, cerâmica ou esmaltadas não podem ser casherizadas. Neste caso, devem ser limpas e cobertas com chapas especiais para Pêssach por todos os lados (pode ser usada folha de alumínio grossa, em duas camadas).

Cubas de metal, mármore ou granito podem ser casherizadas. Para tanto a pia não deve ser usada com alimentos quentes por 24 horas antes da casherização e deve ser meticulosamente limpa.

É jogado no ralo um produto desentupidor para destruir qualquer vestígio de chamêts.

Em seguida, seca-se a pia. Posteriormente, é despejada água fervente de uma chaleira ou panela nova, ainda borbulhando, atingindo todos os cantos da cuba, balcão, torneiras, ralos, etc.

Enquanto a água é despejada, deve-se passar sobre a pia uma pedra ou ferro incandescente para fazer a água borbulhar. É costume forrar a pia com folha de alumínio após a casherização.

LIQUIDIFICADOR, BATEDEIRA, MULTIPROCESSADOR

A máquina deve ser bem limpa e, de preferência, envolvida em papel alumínio. Um novo copo, novas faquinhas para o multiprocessador e liquidificador, e novas pás e tigelas para a batedeira devem ser compradas.

GELADEIRA E FREEZER

Devem ser descongelados e limpas as paredes internas, prateleiras e gavetas com um pano úmido e produtos de limpeza; na borracha da porta, deve ser usada uma escovinha também para melhor limpeza de resíduos infiltrados. Há o costume de cobrir as prateleiras com borracha, plástico ou alumínio.

ARMÁRIOS

Devem ser bem limpos e forrados.

MESAS E BALCÕES

Se possível, água fervente deve ser jogada à semelhança da pia; caso possa estragar a mesa, deve ser limpa e forrada. Basta limpar bem a mesa da sala, sobre a qual não se coloca nada quente com perigo de estragá-la, e cobri-la com uma toalha. A mesinha do cadeirão das crianças também deve ser casherizada. Pode ser coberta com papel contac.

TOALHAS DE MESA (MENOS AS DE PLÁSTICO) E GUARDANAPOS

De preferência devem ser reservados para uso exclusivo de Pêssach. Se não for possível, as bordas devem ser escovadas para retirar possíveis resíduos de chamêts, e as toalhas lavadas com água quente, sem engomar

 

 
  Jejum dos primogênitos
 
 
 

Segunda-feira, dia 14/4/2014

Quando D'us matou os primogênitos do Egito, poupou o primogênito dos filhos de Israel. Em gratidão a D'us, todos os primogênitos jejuam no dia que antecede Pêssach. Entretanto, para se isentarem do jejum, um primogênito de pai ou mãe deve participar de um siyum (término do estudo de um tratado do Talmud) na sinagoga, imediatamente após Shacharit, a Prece da Manhã.

É costume que o pai (mesmo não sendo primogênito) esteja presente junto ao filho primogênito menor de treze anos. Os primogênitos não podem comer antes do siyum.

 

 

 

 
   

 

 
Acendimento das velas e término de Shabat e Yom Tov para o ano judaico 5774 (2013-2014)
         

Atenção: Esta tabela já está com o horário de verão.
 

Data

Data Judaica

Dia

Comemoração

Acendimento Rio de Janeiro

Término Rio de Janeiro

14.04.2014

14 Nissan 5774

segunda-feira

Acendimento do 1º dia de Pêssach

17:21

-

15.04.2014

15 Nissan 5774

terça-feira

Acendimento do 2º dia de Pêssach

18:14

-

16.04.2014

16 Nissan 5774

quarta-feira

Término do 2º dia de Pêssach

-

18:13

18.04.2014

18 Nissan 5774

sexta-feira

 

17:17

-

19.04.2014

19 Nissan 5774

sábado

 

-

18:11

20.04.2014

20 Nissan 5774

domingo

Acendimento do 7º dia de Pêssach

17:16

-

21.04.2014

21 Nissan 5774

segunda-feira

Acendimento do 8º dia de Pêssach

18:09

-

22.04.2014

22 Nissan 5774

terça-feira

Término do 8º dia de Pêssach

-

18:09

25.04.2014

25 Nissan 5774

sexta-feira

 

17:12

-

26.04.2014

26 Nissan 5774

sábado

 

-

18:06

02.05.2014

2 Iyar 5774

sexta-feira

 

17:07

-

 

 

 
 O sétimo dia de Pêssach
 
     

Comemora o milagre da “Abertura do mar Vermelho”, quando o mar se abriu permitindo a passagem de todo o povo judeu e salvando-o definitivamente da escravidão do Egito.

   O oitavo dia de Pêssach   

Yizkor, uma reza especial em memória a entes queridos já falecidos que pode incluir pai, mãe, irmãos ou cônjuge, é recitada, segundo o costume ashkenazi, após a leitura da Torá.

Neste último dia, há também uma tradição do Báal Shem Tov (fundador do Movimento Chassídico) de promover uma refeição festiva especial após a reza da tarde, Minchá, conhecida como “Seudat Mashiach”, em antecipação à redenção.

   

 
   
   
 
   
 

Um dos mais importantes elementos de Pêssach, a festa que celebra a liberdade do povo judeu, é que serve como uma preparação para a completa e eterna Redenção, através da vinda de Mashiach. Assim, o versículo declara: "Revelarei maravilhas [ao tempo da Redenção Final que serão] similares [àquelas que foram reveladas] ao tempo do êxodo do Egito." De fato, o êxodo do Egito tornou possíveis todas as redenções subsequentes, bem como tornará a final.

Os primeiros dias de Pêssach estão mais relacionados ao êxodo do Egito, enquanto que os últimos dois estão conectados à Redenção final. Isto também pode ser observado através da leitura da Haftará durante os dois últimos dias.

A Haftará do sétimo dia de Pêssach é a Canção de David, pois neste dia (bem como no último dia de Pêssach), há uma referência à Mashiach, descendente de David. Acontece principalmente a respeito da Haftará no último dia, a qual fala diretamente sobre a Redenção vindoura.

Durante estes dois últimos dias de Pêssach, a maior ênfase na Redenção final encontra-se no último dia, Acharon shel Pêssach, quando a Haftará fala aberta e longamente sobre a Redenção vindoura, e sobre a personalidade do próprio Mashiach, condutor do mundo àquele tempo, e da colheita dos judeus.

A relação entre Acharon shel Pêssach e a Redenção vindoura foi revelada de forma ainda mais aprofundada pelo Báal Shem Tov, que instituiu uma terceira refeição especial, antes do término de Pêssach, chamando-a "Seudat Mashiach", porque "este dia é iluminado por um raio da luz de Mashiach."

Mesmo antes do Báal Shem Tov instituir esta refeição adicional, Mashiach era comemorado pela Haftará especial recitada em Acharon shel Pêssach. Qual o significado de celebrar algo tão elevado como a Redenção futura com uma refeição material a mais?

Comemorando a Redenção vindoura de tal modo, faz com que seu brilho permeie o indivíduo não somente em pensamento e fala (algo conseguido ao recitar-se a Haftará), mas também no corpo físico. Dessa maneira este conceito é assimilado dentro do próprio corpo da pessoa. Além disso, celebrar e comemorar por meio de uma refeição salientam a santidade que permeará todo o mundo físico quando Mashiach vier. Pois àquele tempo "a glória de D'us será revelada, e toda carne contemplará..." Esta influência do espiritual sobre o material é melhor percebida pela santificação do alimento.

Pois um judeu faz uma refeição comum com a intenção de trazer santidade a este mundo, mais ainda com respeito a uma refeição num dia sagrado!

Seguramente, então a "Seudat Mashiach" anual em Acharon shel Pêssach nos permite compreender melhor como toda a parte física será imbuída de santidade ao tempo da Redenção.

O efeito deste evento especial certamente não se limita ao próprio dia de Acharon shel Pêssach. Ao contrário, a idéia é afetar o judeu durante todo o ano, de tal maneira que tudo que faça em relação ao mundo físico seja permeado com santidade e espiritualidade, como a espiritualidade que impregnará o mundo quando da chegada de Mashiach.

A lição de Acharon shel Pêssach, entretanto, não está limitada à relação do ser humano ao mundo físico; relaciona-se também ao âmago de cada alma judia. Acharon shel Pêssach proporciona a cada judeu revelar este âmago durante todo o ano, e desse modo servir a D'us com cada fibra de seu ser.

 
 





 
    
 
 
 
   
  Pêssach Sheni
 
   
 

uma segunda chance

Este ano, 2014, quarta-feira, dia 14 de maio (14 de Iyar)

O que é

Um ano após o êxodo do Egito, o povo judeu fez a oferenda de Pêssach no décimo quarto dia do mês de Nissan. Mas nem todos os judeus puderam realizá-la. A escritura relata: "Havia alguns homens que estavam ritualmente impuros (pelo contato com mortos) e incapazes de preparar a oferenda de Pêssach naquele dia. Aqueles disseram: 'Por que deveríamos ser privados de fazer a oferenda do Senhor no seu tempo marcado entre os filhos de Israel?' Moshê respondeu: 'Aguardem, e eu ouvirei o que o Senhor ordenará a respeito de vós'. D'us falou a Moshê: 'Se qualquer pessoa de vós ou de vossas gerações futuras estiver ritualmente impura ou numa jornada distante, ainda assim fará a oferenda de Pêssach ao Senhor. Deverá efetuá-la no décimo quarto dia do segundo mês'..."

É dada uma nova oportunidade àquele que não ofereceu o sacrifício de Pêssach no tempo certo - 14 de Nissan - para fazê-lo no dia 14 de Iyar, data denominada de Pêssach Sheni, o Pêssach do segundo mês, no qual costuma-se, hoje em dia, comer um pedaço de matsá.

Nada é Irrecuperável

Embora o Pêssach Sheni fosse instituído para aqueles que não podiam ofertar o sacrifício de Pêssach no seu tempo certo, porque estavam impuros ou encontravam-se em locais distantes, o seu conceito se aplica a todos os judeus em todos os tempos - mesmo agora, quando o sacrifício de Pêssach não pode ser ofertado.

Uma lição clara de Pêssach Sheni é que um judeu nunca deve perder a esperança. Nas palavras do Rebe anterior: "A idéia de Pêssach Sheni é de que 'nada é irrecuperável'; sempre podemos retificar nosso comportamento. Mesmo alguém que estava ritualmente impuro ou ausente numa jornada distante - mesmo que voluntariamente - pode reabilitar-se."

Um judeu é intrinsecamente bom; sua alma é uma parte da centelha Divina. O pecado é uma antítese, completa da sua natureza. Se ele chega a transgredir, isto é uma anomalia que não pode tocar o seu "eu" essencial. O judeu pode estar temporariamente impuro, mas sua essência, é dos níveis mais elevados. Assim, nenhum pecado, nenhuma omissão do serviço a D'us, é irreversível. Um judeu pode sempre voltar à sua identidade real.

Pêssach é a única festividade que concede uma segunda chance, e isto porque Pêssach marca o nascimento da nação judia. O êxodo do Egito foi o início de um processo que culminou com a Outorga da Torá - a transformação dos judeus numa nação da Torá. Já que a oferenda de Pêssach está ligada com o êxodo, sua omissão significaria que o êxodo não foi completo. D'us por isto quis que cada judeu, mesmo aquele que deliberadamente não ofertou o sacrifício de Pêssach da primeira vez, ganhasse a oportunidade de fazê-lo - pois se não há nascimento, não há existência. A identidade da Torá estaria ausente.

Uma segunda chance... para todos!

Embora alguém possa ter cumprido Pêssach da melhor maneira possível, precisa "cumprir" Pêssach Sheni. Existem vários graus de pureza e impureza rituais e o judeu deve almejar elevar-se a novos níveis de pureza, construindo um novo santuário.

Este é o verdadeiro significado de Teshuvá, retorno a D'us. Mesmo uma pessoa que nunca pecou deve se esforçar para aproximar-se mais de D'us, e desde que D'us é infinito, um judeu pode elevar-se cada vez mais em sua apreensão da Divindade.