Shoftim
Shofetim (Devarim 16:18-21:9) trata primeiramente dos mandamentos a respeito da criação de um sistema de liderança na Terra de Israel, começando com a designação de cortes, juizes e oficiais em cada cidade. Após esboçar o processo de julgar um idólatra, a Torá ensina que a pena de morte deve ser imposta a qualquer erudito que pronunciar uma decisão contra o Grande Sanhedrin (Suprema Corte de 71 juizes) em Jerusalém, não importa o quanto sejam notáveis os eruditos envolvidos na disputa.
O povo judeu recebe ordens de requisitar um rei assim que estiver instalado em Israel. São relacionados alguns dos presentes especiais que devem ser dados aos cohanim, sacerdotes.
Após descrever a natureza da profecia, a Torá repete as leis do Ir Hamiklat, cidade de refúgio para assassinos acidentais, e descreve o caso judiciário especial de Edim Zomemim, testemunhas conspiratórias.
A Torá então fala de vários aspectos da conduta da nação durante a guerra, dizendo-lhes para não temer os inimigos, e relacionando aquelas pessoas que estão isentas do serviço militar. Deve-se primeiro dar ao inimigo a oportunidade de paz, e o povo judeu deve ser cuidadoso para não destruir nenhuma árvore frutífera durante a batalha.
A porção da Torá conclui com o caso do assassinato não resolvido e com o ritual da eglá arufá, a novilha decapitada, que serve como expiação para o povo das cidades vizinhas por não terem impedido o assassinato

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A alegria de uma mitsvá |
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Na Porção desta semana da Torá, Shofetim, lemos sobre as cidades de refúgio, às quais um homem que tivesse matado involuntariamente poderia fugir, encontrar abrigo e expiar por suas falhas. De Estudos da Torá, por Rabi Jonathan Sacks, |
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Criando um receptáculo |
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O que é seu ninguém tira. Às vezes estas palavras ou algo com o mesmo sentido é dito com um olhar sério ou com o dedo em riste. Outras vezes, a declaração pretende assegurar que tudo (de bom) que estiver destinado a você, você receberá; ninguém pode tirar de você aquilo que lhe está destinado. |
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Rabi Hillel de Paritch sempre tinha na refeição Melave Malca (jantar da noite do sábado que se despede da Rainha Shabat) galinha que tinha sido recém-abatida, salgada e preparada naquela mesma noite.
Num determinado Shabat, ele estava convidado na casa do Rabino Chefe, Rav Yossef Tumarkin, em krementzug. Havia dois shochtim (abatedores rituais) na cidade, um da Lituânia e outro da Polônia. Rabi Hillel comia apenas as galinhas abatidas pelo chassid polonês.
Imediatamente após o Shabat, a Rebetsin providenciou o preparo de uma galinha. Infelizmente, o shochet polonês já tinha ido para o abatedouro, que ficava fora da cidade.
A Rebetsin estava num dilema. Ela sabia que Rabi Hillel era conhecido por comer somente carne abatida pelo shochet polonês. Por outro lado, ela não queria voltar para casa de mãos vazias. "meu marido" – refletiu ela – "é o Rav local. Se ele confia no outro shochet, somente desta vez, terá de servir também para Rabi Hillel." Rapidamente, ela encomendou a galinha no shochet lituano, e logo a mesa estava posta para a refeição de Melave malca.
Quando a galinha foi servida, Rabi Hillel cheirou-a ligeiramente e deixou sua porção de lado, sem tocá-la. O Rav percebeu que havia algo errado com a galinha, e voltou-se rapidamente para sua esposa. "Houve um problema haláchico com a cashrut da galinha?" perguntou ele.
"De modo algum" – assegurou ela. Chamando o marido de lado, ela explicou o que tinha acontecido. "Evidentemente, Rabi Hillel tem sua maneira de saber que esta galinha não foi abatida por seu shochet habitual."
O Rav voltou-se então para o convidado, relatando o que tinha acontecido e pedindo-lhe para explicar sua relutância em usar uma ave abatida pelo shochet lituano. "Se de fato ele não é confiável, então eu também não deveria estar comendo galinhas abatidas por ele."
"Ele é um shochet competente" – replicou Rabi Hillel. "No entanto, certa vez eu o escutei falar desrespeitosamente sobre um erudito de Torá. Portanto, não como nada que tenha sido abatido por ele."
O Rav conhecia o erudito ofendido. "De que maneira o shochet pode expiar por esta tolice? O homem que ele envergonhou já faleceu."
"Ele deveria reunir dez pessoas para acompanhá-lo ao cemitério e pedir perdão ao pé do túmulo. Depois disso, não haverá mais dúvidas sobre seu abate e eu também passarei a confiar nele."
De A Mesa de Shabat do Meu Pai, por Rabi Yehudah Chitrick
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Sem subornos |
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por Michael Alterman
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A Torá ordena, no início da porção desta semana, que é proibido para um juiz aceitar qualquer suborno, como explica o versículo: "O suborno cegará os olhos do sábio e distorcerá as palavras do justo" (Devarim 16:19). |
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Mordechai e o Báal Shem Tov
OO Báal Shem Tov tinha um jovem discípulo, Mordechai, que tinha um desejo ardente de estudar bruxaria. Obviamente, Mordechai sabia que segundo os ensinamentos judaicos, a prática e estudo de qualquer tipo de feitiço ou bruxaria é totalmente proibido. Porém a má inclinação de Mordechai levou a melhor, e ele ficou convencido de que deveria deixar o ambiente sagrado do Báal Shem Tov e começar uma nova vida.
Mordechai tinha planejado passar um último Shabat com seu mestre, o Báal Shem Tov, antes de deixar a ele e seus companheiros chassidim para sempre.
Naquela sexta-feira à noite Mordechai rezou, cantou, comeu e ouviu as palavras da Torá que brotavam dos santos lábios do Báal Shem Tov. Porém a mente de Mordechai estava totalmente longe dali. Ele já estava muito distante, com o grupo de feiticeiros que tinha contactado e combinado encontrar na manhã seguinte.
De repente, Mordechai sentiu muito calor. Removeu seu chapéu de peles, mas ainda se sentia desconfortável. Desabotoou o colarinho da camisa e tirou o longo sobretudo preto que usava. Ainda assim, estava transpirando profusamente. Mordechai olhou pela janela e viu que o vento gelado do inverno soprava uivando no meio das árvores, e um tapete espesso de neve cobria o chão lá fora. Mas aqui dentro, ele estava suando e sentia como se estivesse a ponto de desmaiar.
"Creio que devo ficar um pouco lá fora" – disse ele ao Báal Shem Tov. "Preciso de ar fresco."
"Fique só um minuto, não mais" – respondeu o Báal Shem Tov – "pois está perigosamente frio lá fora."
Já estava ficando difícil para Mordechai respirar; ele abriu a porta e saiu. "Mais um minuto e eu certamente teria desmaiado" – pensou Mordechai consigo mesmo. De repente, sentiu calor outra vez. Começou a correr e o vento cortante o refrescava. Correu e correu como um louco pelo meio da floresta. As árvores, as estrelas, a lua estavam correndo e rodopiando com ele. E então, de súbito, tudo ficou negro.
Ele acordou num local estranho. Um velho fazendeiro e sua esposa estavam se debruçando sobre ele. "Pensamos que estivesse morto quando o encontramos caído na neve" – disse ele. "Você dormiu por mais de uma semana. Sente-se bem? Gostaria de um pouco de sopa quente? De onde veio?"
Mordechai de nada se lembrava, mas aceitou a sopa. Em poucos dias, já sabia como manejar o arado. Aos poucos, a fazenda começou a mudar; novos trabalhadores foram contratados, novos campos adquiridos e cultivados, e cinco anos depois a fazenda simples estava transformada numa imensa propriedade.
Certo dia, o velho fazendeiro voltou de uma viagem à cidade e mostrou ao jovem um cartaz que pegara no correio. "Estão procurando novos oficiais para o exército" – disse ele – "e creio que você deveria se candidatar; é a sua chance de ser alguém realmente importante. Olhe só para os milagres que fez aqui. Não desperdice sua vida nesta fazenda; está na hora de seguir em frente."
O jovem adaptou-se ao exército como um peixe na água. Passou brilhantemente nos exames de admissão, e após dois anos de treino como oficial, quando irrompeu a guerra entre seu país e a Polônia, ele tornou-se capitão da Cavalaria Real.
Seriam necessários muitos capítulos para descrever as ferozes batalhas e os corajosos feitos de nosso herói, seus inumeráveis encontros com a morte, seu espírito destemido, as decisões tomadas no último instante, e as impressionantes vitórias contra todas as dificuldades. Cinco anos mais tarde, ele já tinha sido promovido à patente de General, e estava sentado sobre seu belo cavalo, passando em revista os dez mil lanceiros montados sob seu comando, quando subitamente, do nada, ele se lembrou… daquela noite, há doze anos, quando deixara a mesa do Báal Shem Tov!
Parou durante alguns minutos, imerso em pensamentos, recordando cada fato com riqueza de detalhes, e todas as emoções que na época tinham passado por sua mente. Voltou a si de repente, e anunciou: "Desmontem! Voltem para suas tendas e se preparem para viajar. Em uma hora daremos início a uma marcha de três dias!"
Três dias depois, já era tarde da noite quando o exército chegou à floresta que circundava a pequena sinagoga do Báal Shem Tov. O General voltou-se para os soldados e gritou: "Acendam suas tochas!"
A floresta inteira foi inundada com uma luz feérica e bruxuleante. "Desembainhar espadas!" O tinir das espadas e o brilho das lâminas estavam em toda parte.
O General desmontou, aproximou-se da pequena sinagoga, segurou a espada e começou a bater com ela na porta fechada. "Abra em nome do Rei! Veja o que acontece com um chassid que abandona o sagrado Mestre!"
Ninguém respondeu, mas ele ouviu alguém falando dentro da casa, e ficou furioso. Enfiou a espada no chão e irado, começou a bater na porta com os dois punhos, gritando: "Abra! Abra para um General do exército do Rei!"
Lentamente, a porta se abriu, o Báal Shem Tov colocou a cabeça para fora e disse: "Mordechai, você ficou fora por quase cinco minutos! Quer ficar doente? Entre agora mesmo!"
"Cinco minutos?" esbravejou o General. "Olhe para minhas tropas e me fale sobre cinco minutos!" Voltou-se e… não havia ninguém ali. Até seu cavalo tinha desaparecido! O vento uivava por entre as árvores e uma camada alta de neve cobria a floresta silenciosa. Até seu uniforme e a espada tinham sumido! Ele vestia as mesmas roupas que usara há doze anos… fora tudo uma ilusão.
Mordechai reentrou humildemente na sinagoga e no mundo do Báal Shem Tov, percebendo que nenhuma mágica ou bruxaria era tão forte como os poderes do Báal Shem Tov, que derivava da santidade.
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Verdade e conseqüências |
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por Rabi Herbert J. Cohen, PhD.
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"Atire a primeira pedra" é a ordem dada à testemunha que depõe em um caso de pena capital. Na porção desta semana da Torá, aprendemos que se a pessoa dá testemunho que garante a imposição da pena de morte por apedrejamento, então a própria testemunha torna-se o executor (Devarim 17:6-7). Ele cumpre parte da pena de morte atirando a primeira pedra. Por que é assim? |
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Versículo 16:18 |
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Ao nível pessoal, teus portões refere-se aos sete portões sensoriais da pequena cidade que é o corpo humano, seus sete pontos de contato com o mundo exterior. Uma pessoa deve apontar juízes e executores da lei mentais sobre seus olhos, ouvidos, narinas e boca, para julgar, ponderar, e filtrar os estímulos desejáveis e construtivos dos negativos e destrutivos. Rabi Shabtai HaCohen (o "Shach") |
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Quem é o chefe |
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