sucot
SUCOT
A Festa das Cabanas, em hebraico Sucot, é parte do ciclo de festividades que começa com Rosh haShaná. Sucot distingue-se por 2 ritos: a sucá, onde se deve, durante a festa, comer todas as refeições, construída para lembrar as cabanas que os antepassados dos israelitas construíam no deserto; e o lulav, que é um feixe formado de 1 palma de tamareira(lulav),3 ramos de mirta (hadás),2 de salgueiro(aravá) e a cidra(etrog). Durante as orações matutinas agita-se este feixe,lembrando ser Sucot também a festa da colheita - Hag Assif.
As 4 espécies de Sucot são semelhantes a 4 tipos de pessoas:
· Etrog - tem sabor e aroma - simboliza os conhecedores e praticantes da Torá e das mitzvót, praticantes de boas ações;
· Lulav - tem sabor mas não tem aroma - simboliza os conhecedores, mas que não praticam boas ações;
· Hadás - possui aroma mas não tem sabor - simboliza os que praticam boas ações mas não conhecem Torá nem mitzvot ;
· Aravá - não possui sabor nem aroma - simboliza os que não conhecem nem praticam boas ações.
A razão básica para a sucá é a de reviver o mesmo tipo de vivenda passageira em que viveram os judeus enquanto vagavam através do deserto durante 40 anos. Pelo fato de se deixar as casas e ir habitar durante uma semana na cabana, tem-se a obrigação de se recordar também a história do povo judeu. A sucá simboliza as perseguições, as diásporas que foram impostas por outros povos através da história judaica. Não lhes deram a possibilidade de habitar em sua casa pequena e acolhedora. Foram coagidos a fugir de um lugar para outro, de um país para outro, de diáspora a diáspora. Ao se deixar as casas e transferir-se para a sucá, uma pessoa pode, através da vivência, vir a entender o que sente um pobre quando vive em tal situação, exposta aos elementos naturais e pode apreciar ainda mais as bênçãos de Deus, que nos permitiu ter uma casa segura.
Sucot é um exemplo de como o judaísmo pede mais que pensamentos e verbalizações - requer ação.
Durante cada um dos dias de Sucot recitam-se preces especiais para que o novo ano traga prosperidade para a terra e saúde aos homens. Hoshá-na = salva-nos: no sétimo dia da festa, Hoshaná Rabá, agitam-se, durante a oração da manhã, ramos de salgueiros, árvore que cresce à margem dos rios e que simboliza a água que corre em abundância. São renovados os pedidos a Deus que lave as faltas, que ajude no ano que começou. Quando o Templo existia celebrava-se a festa da água (Sim’hat Beit haShoevá). Hoje, em Israel, efetuam-se em Sucot festas populares e campestres.
A festa de Sucot dura 7 dias, dos quais os dois primeiros são festas solenes. O 7ºdia de Sucot, Hoshana Rabá, inclui 7 voltas ao redor da Tevá (altar),como se fazia durante a época do Templo, rememorando as 7 voltas do povo de Israel em redor dos muros de Jericó. Este dia é considerado um dos mais sagrados do ano inteiro; os cabalistas dizem que é o dia no qual o selo final é colocado no “Livro da Vida”, determinando o destino para o próximo ano. Muitas comunidades sefaradim fazem um Tikun, ou longa noite de estudos, em honra a este dia sagrado.
SHEMINI ATZERET E SIM’HAT TORÁ
Após haver deixado para trás os dias de penitência do mês de tishrei e o júbilo da festa de Sucot, despede-se desta temporada festiva com a celebração de Shemini Atzeret e Sim’hat Torá. Em Israel, estas 2 festas se celebram juntas, em um só dia; na diáspora, em 2. Na Torá, chama-se de a festa do 8º dia (Nm. 29:35). Ainda que se festejem juntas, existem diferenças. Em Sucot há muitas mitzvot; a únicamitzvá de Shemini Atzeret é a de regozijar-se – talvez a mais difícil do judaísmo, porque envolve nossa psiquê. Sucot se celebra fora de casa, Shemini Atseret é festejada em casa.
Um aspecto particular de Shemini Atzeret é a oração por chuva, porque nesta época o mundo é julgado em relação à água. Nas orações se introduz a frase, que será recitada até Pessah: meshiv ha-rua’h u morid ha-gueshem (o que faz com que o vento sopre e a chuva caia). Ela dá expressão à natural ansiedade que se sente em Israel durante a estação das chuvas, já que a ausência delas significa fome, sede e enfermidade. Esta oração é deixada para o dia final da festa, para não invocar a chuva justamente quando se necessita de desfrutar de um bom tempo para habitar a Sucá.
Sim’hat Torá assinala a ocasião em que a leitura da Torá é completada e reiniciada. Embora com este nome não se ache no Talmud, a festa é citada no Zohar (Pin’has256b). Como se finaliza a leitura da Torá, é um momento oportuno para se alegrar em sua homenagem: por isto é chamada Sim’hat Torá = alegria da Torá. Todos os rolos são retirados do Aron haKodesh (arca sagrada) e membros da congregação recebem a honra de levá-los para as Hakafot, as 7 voltas feitas em procissão em redor do átrio da sinagoga. O caráter festivo de Sim’hat Torá é revestido de um espírito de regozijo no qual as crianças têm parte especial. Para destacar a ocasião festiva, elas se juntam às Hakafot munidos de bandeiras. A pessoa convocada para a conclusão da leitura é o Hatán Torá e a que é convidada para iniciar é o Hatán Bereshit.