Vayak'hel-Pecudê
23/01/2014 17:02
Vayak'hel-Pecudê
Aspectos da 22ª parashá: ויקהל־פקודי>> Vayak'hel-Pecudê
O texto desta Parashá é: Exôdo Tetsavê - (Êxodo 35:1-40: 38) >> Ordem no Tabernáculo

O texto da Haftará é: ( Ezekiel 45:16 - 46:18);
O texto da Brit Hadasha : ( Hebrews 8:1-12, Hebrews 9:1-11.)
Inicia-se com Moshê reunindo toda a nação de Israel para transmitir-lhes tudo aquilo que D'us lhe ordenara sobre a construção e a montagem do Mishcan nas três porções prévias da Torá.
Entretanto, Moshê primeiro os adverte novamente sobre a mitsvá fundamental de guardar o Shabat, lembrando-os que embora a construção do Mishcan seja de importância transcendental, não tem precedência sobre a observância semanal do Shabat. Apenas um dia antes, em Yom Kipur, Moshê desceu do Monte Sinai com o segundo conjunto de Tábuas nas mãos, informando ao povo que eles tinham sido perdoados por D'us do horrível pecado de adorar o bezerro de ouro. Em resposta ao chamado de Moshê, os Filhos de Israel vieram com contribuições generosas para a construção do Mishcan, produzindo uma abundância de suprimentos.
Os artesãos são escolhidos e inicia-se a construção, e a Torá descreve em detalhes a fabricação de cada aspecto do Mishcan.

Começar um incêndio
por Benyamin Cohen
No início da Parashá Vayakhel, aprendemos sobre a proibição de acender o fogo e a regra geral de abster-se de trabalhar no Shabat. Muitos comentaristas se detêm sobre esta idéia e dizem que, quando nos abstemos do trabalho, temos tanto tempo livre que não sabemos o que fazer com ele.
Imagine esta cena: enquanto está relaxando com amigos no terraço do quintal, a conversa se volta para observações sobre outras pessoas - "Você soube do que aconteceu com...?" ou então: "Fiquei sabendo que..."
Quando as pessoas não têm nada melhor para fazer, é muito fácil e tentador começar uma conversa sobre Maurício, Daniel, Raquel ou Lea. O resultado é que "incêndios" começam assim. E antes que o primeiro fogo seja extinto, torna-se uma incêndio que pode ficar fora de controle.
A fofoca e a maledicência transformam-se em uma bola de fogo que consume tudo e todos em seu caminho. O que a Torá está nos sugerindo é que não apenas devemos nos abster de começar um fogo real no Shabat, mas também impedir-nos de acender um fogo proveniente da boca, onde as fagulhas voarão para todos os lados.
Devemos tentar conter-nos para não falar mal, e estarmos sempre conscientes para saber onde está o extintor de incêndio.
Melhor sempre é não precisar usá-lo!

Moshê fala a Benê Yisrael sobre a construção do Mishcan
Em Yom Kipur Moshê desceu do Monte Sinai e entregou as segundas luchot (tábuas) a Benê Yisrael.
Um dia depois, Moshê reuniu o povo - homens, mulheres e crianças - para dizer-lhes que D'us lhes havia ordenado construir um Mishcan, Tabernáculo. Moshê anunciou: "D'us os perdoou por fazerem o bezerro de ouro. Sua Shechiná (presença) permanecerá novamente entre nós. Permanecerá no Mishcan, uma tenda sagrada, que Ele lhes ordena construir."
A alegria tomou conta dos membros do Povo de Israel pelo anúncio de Moshê. A Shechiná (presença) estava retornando a eles! Desde o pecado do bezerro de ouro o povo havia estado triste; agora sentia-se novamente feliz. Mas antes de lhes dar instruções sobre a construção do Mishcan D'us pediu que Moshê os advertisse: "Embora a construção do Mishcan seja um trabalho sagrado, sempre deverá ser interrompido antes do início do Shabat. Nenhum trabalho poderá ser realizado no Mishcan durante o Shabat."
Avot Melachot
D'us ensinou a Moshê, e este ensinou ao povo judeu, que os trinta e nove tipos de trabalho executados para construir o Mishcan se chamam avot melachot e que nenhum deles pode ser feito no Shabat. Se um judeu faz algumas das melachot proibidas no Shabat, apesar de ter sido advertido por duas testemunhas que o viram fazer a melachá, a Torá ordena aos juízes do Bet Din (tribunal) condená-lo à morte por sekilá (pedradas).
Se fez a melachá proibida porque se enganou, tem que trazer um corban chatat (oferenda). Naturalmente, há muito mais de trinta e nove tipos de melachá que são proibidas no Shabat; há centenas. Estes 39 tipos são apenas categorias, cada uma das quais inclui muitas outras atividades semelhantes. Mas estes 39 tipos se realizavam quando Benê Yisrael construiu o Mishcan.
As leis de Shabat devem ser estudadas cuidadosamente por todos os judeus, para que estes não cometam uma proibição no Shabat por falta de conhecimento.
O Mishcan é construído
Moshê informou aos judeus: "Betsal'el se encarregará da construção do Mishcan e Oholiav será seu assistente. Não pensem que foi minha idéia designar Betsal'el, ou que eu quis dar-lhe um cargo importante por ser bisneto de minha irmã Miriam. Foi D'us quem o indicou à frente da tarefa da construção do Mishcan".
Começaram as tarefas de construção. Betsal'el e Oholiav estavam à frente e indicavam aos homens e mulheres que desejavam ajudar o que deviam fazer. Alguns homens fabricavam os ganchos ou aros para as cortinas, outros cortavam a madeira para levantar as paredes, enquanto outros fundiam o ouro e a prata para depois fabricar os objetos necessários para o Mishcan. As mulheres eram muito hábeis ao retorcer o pêlo de cabra para fabricar cortinas. Sabiam como fiar o pêlo do lombo das cabras sobre os animais vivos. Assim, o pêlo se manteria limpo e puro.
O mais sagrado de todos os objetos do Mishcan era o aron (arca). Betsal'el era o principal trabalhador na construção do aron, e realizou esta tarefa com todo o cuidado e precisão. (Segundo outra opinião, Betsal'el não permitiu que ninguém o ajudasse na construção do aron, e o fez totalmente sozinho).
O aron construído sob a direção de Betsal'el era tão santo que nunca foi destruído. Jamais se construiu um segundo aron. O rei Shelomô (Salomão), que construiu o Bet Hamicdash (Templo Sagrado) em Jerusalém pôs o aron de Betsal'el no Côdesh hacodashim (Santo dos Santos). Uns cinqüenta anos antes da destruição do Bet Hamicdash, o rei Yoshiyáhu escondeu o aron debaixo do Bet Hamicdash. E não houve nenhum aron no segundo Bet Hamicdash. Quando se construir o terceiro Templo Sagrado, D'us nos devolverá o aron de Betsal'el.
Enquanto se construía o Mishcan, Moshê Rabênu se mantinha extremamente ocupado. Passava todos os dias pelos lugares onde trabalhavam as pessoas que se ocupavam de alguma parte do Mishcan. Somente Moshê havia recebido de D'us o projeto e o desenho de cada objeto, de modo que era sua responsabilidade assegurar-se de que ninguém cometesse erros.
D'us dotou todos aqueles que contribuíram na construção do Mishcan de sabedoria especial, para que cada objeto resultasse numa obra perfeita, exatamente como lhes havia ordenado.
O povo judeu demorou três meses para terminar a construção do Mishcan.

Esta semana lemos a Porção final de Shemot, um livro que começa com o povo judeu escravizado pelo faraó no Egito e agora termina com a compleição da construção do Mishcan no deserto.
Os comentaristas referem-se a este segundo livro como o Livro da Redenção, e este é seu tema desde o início da Parashá Shemot até o final de Pecudê. A Redenção não foi conseguida somente ao escapar da escravidão; receber a Torá no Monte Sinai deu um propósito a esta liberdade, e o repouso da Presença de D'us entre Sua nação (o resultado da conclusão do Mishcan) assinala o clímax da salvação.
A Parashá Pecudê começa com uma contabilidade completa do ouro, prata e cobre doados pelo povo para uso no Mishcan. A Torá prossegue descrevendo os tecidos e a confecção das várias vestes a serem usadas pelo Cohen Gadol (Sumo-sacerdote) durante o serviço. Após a inspeção de Moshê e aprovação dos muitos utensílios e partes desmontadas, Moshê estabelece o Mishcan em Rosh Chôdesh Nissan enquanto cada parte é ungida e colocada no lugar que lhe foi destinado. E como D'us havia prometido, Sua glória preenche o Mishcan.

Ordem no Tabernáculo
"Não tenho tempo!" Esta declaração é a frase mais comum na sociedade atual. Temos muitas coisas para fazer durante o dia, e quando cai a noite estamos inevitavelmente atrasados com nossas tarefas. Como poderemos administrar melhor nosso tempo e realizar mais todos os dias?
A respeito da construção do Mishcan, a porção desta semana da Torá declara: "Betsalel, filho de Uri que era filho de Chur, da tribo de Judá, fez tudo que D'us ordenou a Moshê" (Shemot 38:22). Este versículo provoca uma grande dúvida: Como Betsalel pôde fazer tudo que D'us ordenou a Moshê? Betsalel não estava presente quando D'us instruiu Moshê a construir o Mishcan!?
Rashi, um do maiores comentaristas da Torá, explica que o versículo nos ensina que, através de Ruach Hacôdesh, inspiração Divina, Betsalel sabia até mesmo as coisas que Moshê não lhe dissera. Embora não estivesse presente quando D'us deu as ordens a Moshê, Betsalel ainda foi capaz de construir o Mishcan exatamente de acordo com as especificações de D'us. Rashi prova que Betsalel soube de tudo através do Ruach Hacôdesh pelo fato de que quando Moshê disse a Betsalel para primeiro fazer os utensílios do Mishcan, e apenas então construir a estrutura do Mishcan em si, Betsalel corrigiu Moshê e informou-o de que deveria ser feito do outro modo.
O Kli Yakar concorda com Rashi que o versículo de fato nos ensina que Betsalel sabia como construir o Mishcan através de seu próprio Ruach Hacôdesh. Entretanto, ele refuta a prova de Rashi e insiste que, na realidade, Moshê disse tudo a Betsalel, na ordem correta.
Por que é importante saber se a estrutura do Mishcan ou os utensílios foram feitos em primeiro lugar?
É explicado que assim vemos a importância de colocarmos tudo em sua ordem correta. Jamais teremos tempo suficiente a cada dia para cumprir tudo aquilo que gostaríamos. Portanto, devemos estabelecer prioridades em nossa vida, para que possamos realizar tanto quanto possível com o tempo que nos foi reservado.

Moshê informa Benê Yisrael de como foram utilizadas as doações
Betsalel, Oholiav e seus ajudantes haviam terminado de fazer o Mishcan e todos seus objetos. Somente faltava costurar os bigdei kehuná, as vestes dos cohanim.
Moshê decidiu: "Calcularei exatamente a quantidade total de ouro, prata e cobre que foi doada, e informarei ao povo para qual objeto do Mishcan se utilizaram estes materiais. Não quero que ninguém suspeite que guardei uma parte de ouro ou prata para mim."
Moshê reuniu todos e se sentou. Colocou Betsalel e Oholiav a seu lado como testemunhas.
Anunciou: "Calculei as quantidades totais de material que vocês doaram para o Mishcan e vou dizer-lhes para que objeto foram utilizados: Vocês doaram um total de 29 kikar (300 shêkel) e 730 shêkel de ouro. Doaram 100 kikar e 1775 shêkel de prata. Os 100 kikar de prata foram empregados para os 100 soquetes do Mishcan - um kikar para cada soquete".
Nesse ponto Moshê parou e não continuou a falar. Não podia, porque ainda havia restado 1775 shêkel de prata, e Moshê não conseguia lembrar-se quais objetos haviam sido feitos com eles. Moshê ficou muito preocupado. Talvez alguém pensasse que ele havia desviado o restante da prata? Mas D'us ajudou Moshê, pois era o mais confiável e honesto dos homens, e Ele não queria que uma suspeita infundada recaísse sobre Moshê.
"Os 1775 shêkel foram usados para os ganchos de prata e os ornamentos de prata em cima dos pilares do pátio!" - soou uma Voz Celestial. Cada pilar do pátio tinha um gancho de prata preso ao topo, no qual as cortinas que rodeavam o pátio eram presas com argolas.
Moshê ficou tão feliz por D'us tê-lo livrado das falsas suspeitas que entoou quinze louvores a D'us:
"Tu serás louvado com cânticos e louvores; júbilo e música; força e domínio; vitória, grandeza e poder; elogios e glória; santidade e majestade; bênçãos e agradecimentos."
Repetimos estes quinze louvores na prece de Yishtabach toda manhã.
Moshê continuou a dizer ao povo: "Vocês doaram um total de 70 kikar e 2.400 shêkel de cobre. O cobre foi usado para fazer o altar de cobre, sua grade de cobre, e seus objetos. Foi também usado para fazer as cavilhas, os adanim, de cobre do pátio e as cavilhas do portão de entrada". Moshê também explicou ao povo que as lãs que haviam doado tinham sido usadas para fazer coberturas especiais para envolver os objetos do Mishcan antes de cada viagem.
Betsal'el, Oholiav e seus ajudantes costuram as bigdei kehuná
Os únicos objetos que ainda faltavam para o Mishcan.eram as vestes dos cohanim. Betsalel, Oholiav e seus ajudantes as fizeram exatamente como D'us havia ordenado a Moshê. Eles teceram o êfod, o avental do cohen gadol, de uma meada com cinco linhas de diferentes cores. Uma das linhas era de ouro: este era obtido cortando o ouro em lâminas finas e depois em linhas.
Betsalel e Oholiav teceram os choshên, o peitoral, cortaram as doze pedras preciosas que portava e gravaram sobre elas os nomes das doze tribos. Em seguida inseriram as pedras preciosas no material tecido. Betsalel e Oholiav também fizeram as demais bigdei kehuná seguindo exatamente as instruções de D'us: a cutonet, a camisa longa; o me'il, a jaqueta com sininhos; os chapéus, mitznêfet e migba'at; o avnet, cinturão, e o tsits, a faixa.

Um relato:
Como os bigdei kehuná (vestes) salvaram o Bet Hamicdash da destruição
O reino do jovem imperador Alexandre Magno era imenso: governava sobre algumas partes da Europa, Ásia e África. E se propunha a conquistar todo o mundo! Seria muito ofensivo para o exército de Alexandre submeter-se ao pequeno país de Êrets Yisrael.
Alexandre Magno sentiu-se incomodado com os soldados judeus, certa vez que lhes pedira para ajudá-lo em uma guerra. Os judeus se negaram, pois haviam feito um trato com outro imperador, o rei da Pérsia. Responderam, pois, a Alexandre, que não podiam enviar-lhe ajuda, caso o fizessem estariam violando o tratado com o rei da Pérsia.
Porém, um grupo de inimigos dos judeus, os Cutim (samaritanos), que viviam em Êrets Yisrael, enviaram soldados em apoio a Alexandre Magno. E os Cutim falaram mal dos judeus a Alexandre Magno:
"Os judeus pretendem rebelar-se contra ti!" - protestaram ao imperador. "Destrua seu Templo Sagrado e a cidade rebelde na qual encontra-se situado: Jerusalém!"
Alexandre acreditou em suas palavras e concordou em destruir o Bet Hamicdash.
Quando os judeus souberam disto, todos em Êrets Yisrael se entristeceram. Avisaram ao Cohen Gadol, Shimon, que Alexandre estava para destruir o Bet Hamicdash. Shimon sabia que somente uma medida drástica impediria que o exército de Alexandre conquistasse Jerusalém.
Shimon logo ficou sabendo que Alexandre e seus homens marchavam para Jerusalém. Vestido com as oito vestes de Cohen Gadol saiu ao encontro de Alexandre. Ia acompanhado das grandes figuras de Jerusalém e de jovens cohanim com tochas acesas. Shimon e seu grupo marcharam durante toda a noite e na manhã seguinte se aproximaram dos homens de Alexandre.
"Quem são estas pessoas?" - perguntou o imperador aos Cutim.
"São os judeus que se rebelam contra ti, Majestade", responderam.
Quando Alexandre se encontrou frente a frente com Shimon, aconteceu algo espantoso: o imperador famoso no mundo inteiro, perante quem todos se inclinavam, desceu do cavalo e fez uma profunda reverência ante o adornado e resplandecente tsadic (homem justo).
Seus homens não acreditaram no que viam.
"Por que tu, Alexandre Magno, deverias te inclinar perante este judeu?" - perguntaram ao imperador. Alexandre explicou: "Na noite antes de cada batalha, se este homem me aparecesse em sonhos, ganharíamos esta batalha no dia seguinte. Este homem, que parece um anjo, ajudou-me a ganhar minhas guerras!"
Alexandre perguntou a Shimon: "Por que saíste ao meu encontro?"
Shimon respondeu" "Soubemos que desejas destruir nosso Bet Hamicdash. Porém, não compreendes que é neste Templo Sagrado que rezamos sempre a D'us para que tenhas êxito nas tuas batalhas. Nossos inimigos te enganaram e te deram falsas informações sobre nós!"
"Quem são teus inimigos?" - perguntou Alexandre.
"Os Cutim", respondeu Shimon.
"Neste caso," disse Alexandre, "decreto que faças com eles o que quiseres."
O Bet Hamicdash e Jerusalém salvaram-se da destruição graças a Alexandre ter ficado tão impressionado pelo aspecto de Shimon, vestido com suas gloriosas bigdei kehuná (vestes).
Em geral, não é permitido usar as bigdei kehuná fora do Bet Hamicdash. Mas neste caso, Shimon abriu uma exceção, pois o Templo e as vidas dos judeus corriam perigo. Segundo outra opinião de nossos Sábios, as vestes usadas por Shimon eram exatamente iguais na aparência às bigdei kehuná, mas não eram sagradas. Eram apenas uma imitação das vestes dos cohanim, mas não haviam sido feitas para que os cohanim as usassem no Bet Hamicdash.

Moshê arma o Mishcan
O povo de Israel levou até Moshê as partes do Mishcan que havia feito. Quando Moshê as conferiu, viu que Benê Yisrael havia feito tudo exatamente como D'us tinha lhes ordenado. Abençoou-os do seguinte modo: "Que a Shechiná (Santidade) de D'us habite no Mishcan que vocês fizeram!"
As tarefas relacionadas com o Mishcan foram terminadas a 25 de Kislêv do ano 2448. Não obstante, D'us ordenou a Moshê: "Aguarda outros três meses antes de armá-lo." Como D'us pulou o dia 25 de Kislêv e não dedicou o Mishcan neste dia, disse: "Farei uma dedicação diferente nesta data de 25 de Kislêv; os Chashmonaim renovarão o Segundo Bet Hamicdash; será o primeiro dia de Chanucá".
D'us ordenou a Moshê que aguardasse até Rosh Chôdesh Nissan para armar o Mishcan, pois Nissan é um mês de júbilo. Em Nissan, Avraham ficou sabendo que Yitschac nasceria; em Nissan, os judeus foram redimidos do Egito e em Nissan seremos redimidos no futuro.
Quando chegou o momento de armar o Mishcan os grandes homens de Klal Yisrael trataram de levantar suas vigas. Mas para sua grande surpresa, não puderam fazê-lo. Assim que as encaixavam, se soltavam! Foram, pois, a Betsalel e Oholiav e lhes disseram: "Talvez vocês devam armar o Mishcan já que foram vocês que o construíram." Betsalel e Oholiav também tentaram armá-lo, mas as vigas se soltavam.
Por que D'us permitiu que isso sucedesse? Viu que Moshê estava com o coração apertado, pois não lhe havia permitido construir nenhum objeto do Mishcan. D'us decidiu que, em troca, concederia a Moshê a honra de armar todo o Mishcan.
"Veja D'us", - disse Moshê: " Ninguém consegue armar as vigas do Mishcan!"
"Não se preocupe", D'us respondeu a Moshê: "Tente você".
Um milagre aconteceu: Moshê foi pegando as vigas do Mishcan e parecia que ele as estava armando, mas na verdade elas estavam se encaixando sozinhas.
Quando as paredes e a cobertura do Mishcan estavam armadas, Moshê trouxe as luchot (tábuas) que havia guardado numa caixa de madeira em sua tenda, e as pôs no aron. Então, cobriu o aron com o capôret (coberta). Colocou o shulchan (mesa) no Mishcan e pôs o lêchem hapanim (pão) sobre o shulchan (mesa). Colocou a menorá junto ao shulchan. No pátio do Mishcan, pôs o mizbêach haolá (altar) e o kiyor (lavabo). Assim que o Mishcan estava armado sobre a terra, D'us ordenou aos anjos do céu: "Armem um Mishcan no céu, idêntico ao da terra!"
A Shechiná (Santidade) desce e se estabelece no Mishcan
Em Rosh Chôdesh Nissan, quando o Mishcan estava armado e pronto, as nuvens de D'us o rodearam por todos os lados e por cima. O interior também estava preenchido por uma nuvem, e nela repousava a Shechiná de D'us. Assim, D'us demonstrou a seu povo que se havia estabelecido no Mishcan. Em seguida, a Shechiná de D'us pousou no aron do Côdesh Hacodashim (Santo dos Santos).
Sabem o que significa a palavra Mishcan?
Origina-se da raiz "lishcon", descansar. Mishcan significa descanso para a Shechiná.
A Torá, no princípio desta Parashá, chama o Mishcan de Mishcan Haedut do testemunho. Que tipo de testemunho era? O que atestava?
O Mishcan era uma prova de que D'us havia perdoado Benê Yisrael por ter feito um bezerro de ouro. D'us havia retirado Sua Shechiná quando eles pecaram; Suas nuvens de glória desapareceram e reapareceram no dia em que começaram a trabalhar no Mishcan. O Mishcan era um sinal de amor de D'us pelo Povo de Israel; um sinal de que Ele estava sempre entre eles.
Construir o Mishcan é tão importante como criar o mundo
O Mishcan de D'us era tão importante como a criação do mundo. Vemos na Torá que ambos se assemelham:
_ No primeiro dia da Criação D'us estendeu o céu como uma cortina. De maneira análoga, D'us ordenou: "Estendereis cortinas sobre o Mishcan".
_No segundo dia da Criação D'us disse: "Que se estabeleça o céu para separar as águas superiores das águas inferiores." No Mishcan, o parôchet (cortina) separava o Côdesh Hacodashim (Santo dos Santos) do côdesh.
_No terceiro dia da Criação D'us ordenou: "Que se reúna toda a água". No Mishcan D'us ordenou: "Fareis um kiyor (lavabo) onde juntareis água."
_No quarto dia da Criação, D'us ordenou: "Que o sol, a lua e as estrelas fiquem fixas no céu." No Mishcan havia uma menorá de ouro que irradiava luz.
_No quinto dia da Criação, D'us criou os peixes e as aves. No Mishcan (tabernáculo) havia keruvim (anjos) com as asas abertas.
_No sexto dia, D'us criou Adam e o pôs no Gan Eden. No Mishcan, D'us ordenou: "Que Aharon seja Meu Cohen Gadol e entre na seção do Côdesh Hacodashim."
Poderíamos dizer que de certa forma, Aharon foi ainda maior que o primeiro homem, Adam. Pois quando Adam pecou, D'us o expulsou do Gan Eden; porém, apesar do pecado do bezerro de ouro, D'us permitiu a Aharon entrar no Mishcan.
_O sétimo dia, Shabat, foi bendito por D'us e santificado. Da mesma maneira, quando o Mishcan estava terminado, Moshê bendisse os judeus e ungiu o Mishcan e seus receptáculos com shêmen hamishchá (óleo para unção) para santificá-lo.
Também comparamos o Mishcan com o mundo ao comparar a seção Côdesh Hacodashim (Santo dos Santos) com o céu e a seção côdesh com a terra. A Shechiná de D'us repousava no aron do Côdesh Hacodashim, assim como repousa nos céus. E a seção côdesh tinha um shulchan, uma mesa com comida, do mesmo modo que a terra produz alimentos.
Por que D'us ordenou que se construísse o Mishcan de maneira semelhante à terra? Para demonstrar que, graças a avodá (serviço) que os cohanim realizavam no sagrado Mishcan, D'us manteria o mundo com vida. Precisamente o zechut (mérito) do Mishcan fazia o mundo existir.

Porque é importante estudar sobre o Mishcan
Embora hoje não tenhamos mais Mishcan nem Bet Hamicdash, é uma grande mitsvá estudar a planta e a forma do Mishcan e todas suas partes e receptáculos.
Nossos Sábios nos dizem que o profeta Yechezekel recebeu uma nevuá, profecia de D'us. Nesta nevuá lhe era mostrado a planta do Terceiro Bet Hamicdash, que será construído depois da chegada de Mashiach. D'us descreveu a Yechezekel a planta exata do Terceiro Bet Hamicdash; todas suas partes e medidas.
Yechezekel perguntou ao Criador: "Por que tenho que transmitir aos judeus esta profecia? De qualquer forma não podem construir o Bet Hamicdash agora. Deixe-me aguardar e lhes relatarei quando chegar o momento de construi-lo." Mas D'us respondeu a Yechezekel: "Não, não quero que aguardes. Se Benê Yisrael estudar agora os planos para a reconstrução do Bet Hamicdash, vou recompensá-los como se realmente o tivessem construído!" O mesmo se aplica a nós. Se estudarmos as plantas do Mishcan e do Bet Hamicdash, D'us nos recompensa como se estivéssemos realmente construindo uma sagrada Morada para Ele.

O que podemos fazer para que a Shechiná (Santidade) retorne a nosso meio
Na época em que existiam o Mishcan e o Bet Hamicdash, a Shechiná de D'us descia do céu e descansava no aron do Côdesh Hacodashim (Santo dos Santos). Depois da destruição do Bet Hamicdash, a Shechiná de D'us afastou-se deste mundo.
O que podemos fazer, pois, para que a Shechiná volte a ficar entre nós?
A resposta poderá ser encontrada em Pirkê Avot (3:6, em alguns sidurim é 3:7).
"Se dez pessoas se sentam juntas e estudam a Torá, a Shechiná de D'us vem repousar sobre elas. E também se cinco, três ou somente duas pessoas estudam juntas a Torá, a Shechiná repousa sobre elas. E até mesmo se um só judeu - em qualquer lugar da terra - se senta para estudar a Torá, a Shechiná repousa sobre ela."
Quanto mais pessoas sentarem e estudarem juntas a Torá, tanto maior será a medida de Shechiná que desce e pousa sobre elas. Cada um de nós tem o poder de fazer com que a Presença Divina retorne à terra de imediato!
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